E agora, José?


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Obrigações de genro é dívida em dobro. Negar algo a sogra é negar duplamente, pois nem a sogra nem a filha (no caso, a esposa) perdoam uma desatenção nesse nível e por isso ele concordou em pedir ao chefe para que fosse liberado naquela tarde, para levar sua santa sogrinha ao médico.
Na hora combinada liga para Sofia, sua esposa, e pega as duas na porta do prédio, recebendo as coordenadas de onde e como seria a maratona da tarde: consulta, depois laboratório e na volta, farmácia.
No carro, a conversa amena, com rádio ligado baixinho, para não incomodar Dona Júlia, a pessoa mais teimosa que ele já havia conhecido. Quando cismava com algo infernizava tanto a vida da família que acabava ganhando “no grito” qualquer discussão.
Já havia dirigido um tanto quando percebeu algo junto ao pedal do freio: um sapato de mulher!
Culpa é mesmo um sentimento perverso e José Alberto, que não era nenhum santo, gelou!Se a “Federal” visse aquilo ele estava frito e mal pago! Disfarçadamente, pegou a prova de sua culpa e tratou de “deixar cair” no semáforo mais próximo.
Mas um pouco estacionou na porta da clínica. Enquanto a esposa descia, abriu a porta para ajudar a sogra a descer do automóvel.
D. Júlia , desesperada, procurava um pé de sapato.