VELÓRIO DE RICO
DE TÃO VELHA É ATÉ BARBADA
Noite alta, com seus olhos embaçados, não estava enxergando bem pelos efeitos do “mé”. Adentrou à sala. Viu um caixão ornado de flores, com velas a iluminá-lo, enganou-se!
VELÓRIO DE RICO
Ayres Koerig
Em um velório de jovem senhor,
Na própria casa donde ele morava,
Toda família em sua imensa dor,
Ali reunida para Deus orava.
Houve um silêncio e já ninguém mais fala,
Co’a noite escura a rua bem deserta...
Quand’um bebum penetra aquela sala,
Por haver encontrado a porta aberta!
E já lá dentro se pôs a cantar,
Os parabéns para o defunto quando,
(Desafinado e com a língua em rolo)...
Um familiar ordena ele a parar:
-- Qu’isto é um velório, não estás olhando?
-- Tava estranhando o tamanho do bolo!