Histórias de cemitério

Interior e suas histórias de cemitério... sempre tem! Minha cidade não é exceção. Quando eu era adolescente o perímetro urbano da cidade restringia-se ao Pátio da Igreja, Rosário e Altinho (hoje chamado de Morrão). Todos sabíamos onde ficavam suas divisas, embora não houvesse nenhuma demarcação física oficial nas ruas ou no mapa da cidade. A rixa entre os adolescentes ficava mais visível quando começávamos a guerra de estilingues com mamona (aquelas bolinhas espinhudas doem pra cacete, principalmente para quem estiver sem camisa) - que podia acontecer em qualquer um dos redutos. Numa dessas, ocorrida no Páteo da Igreja - onde ficava o cemitério (obviamente um pouco afastado), estava escurecendo quando começou e já era noite quando um dos elementos foi capturado pelo grupo rival. Foi amarrado no portão do cemitério e ficou lá gritando por socorro. Quando algum morador passava pela estrada e ouvia "Me tirem daqui! Por favor, não aguento mais ficar aqui..." Como já estava frio, sua voz saia meio tremida, dá para imaginar o que os transeuntes ouviam? Até hoje há quem diga que naquela noite havia uma alma penada querendo sair do cemitério. Quando seu grupo, que havia se dispersado com o massacre do grupo adversário, conseguiu se reunir e percebeu que faltava ele, voltaram ao local e o encontraram lá, gritando, tremendo de frio e todo mijado. Soltaram a "alma penada" e riram muito dele... O que mais podiam fazer? rsrsrs

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 14/01/2012
Reeditado em 10/02/2019
Código do texto: T3440026
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