A CAIPIRA E A PLAY BOY

Lucineide era uma sertaneja de parar o trânsito, se morasse na cidade, é claro! Mas, morava no Sertão do Canta Sapo. O vento até que soprava a seu favor. Da janela da cozinha avistou um carro vindo lá na estradinha que beirava a tiguera.

De repente, o carro para em frente à porteira de sua casa. Do carro desceram dois engravatados. Abriram a porteira, deram alguns passos, e um deles perguntou:

- A senhorita é a Lucineide? Não é mesmo? Foi o Sebastião que nos falou de você!

- Sou eu mesma, Senhor! Mas podem ir parando por aí! Respondeu a moça.

- Nós somos da Play Boy! A moça pode nos acompanhar até a cidade para pousar para a revista!

E a moça, ligeiramente alterada, respondeu:

- Como é que é? Péra aí. Em primeiro lugar, ( deita aí tufão!) num sô de anda cum estranho. Em segundo lugar, se eu fosse até a cidade, ocêis já pudiam i na frente, qu’eu arriava o ventania e saía a galope, e quando ocêis chegasse, o ventania já taria descansano e comeno ração. Em por urtimo, ( fica em pé Tufão!), ocêis tão me achano que eu sô uma quarqué? Se eu saio, é um pé lá e outro cá! Num passo a noite fora de casa.E, ocês vem quessa loróta de posá!

- Pega elas Tufão! Gritou a moça

E , foi um corre-corre de dois engravatados, abrindo porteira e pulando arame farpado!

Enquanto a moça, totalmente alterada exclamava:

- Arré égua! Vô pegá o primo Bastião pela guéla!

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 28/03/2012
Reeditado em 31/03/2012
Código do texto: T3581747
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