Calígula-A Película que a Ditadura proibiu em Sergipe

Naquela manhã do dia 04 de outubro de l982, o centro da cidade de Aracaju, amanheceu, para espantos de todos cheios de cartazes imorais nas principais ruas da urbe.

-Que imoralidade! Que falta de decoro!Eu nunca vi a minha bela e pacata cidade cheias de tantas fotos safadas. Dizia uma setentona ,sonsa, desdentada e com as tetas caindo até o umbigo.

-Vamos boicotar as compras das lojas que estão expondo os cartazes safados! Gritava um falso moralista que à noite,andava nos “Cabaré da Escadinha”,dos “Becos dos Cocos”,do”Meio da Rua” de “Natalia” de “Deodato” do “Santa Isabel” etc.

-Vamos!!! Concordava um grupo de beata

Não adiantou. Na hora do início da película do filme parecia que a população da nossa pequena Aracaju estava ali para se deliciar no “Cinema Vitoria” da sessão erótica: Aleijados,cegos (para ouvirem os sussurros frenéticos dos atores),mudos, donzelos,donzelas e até um padre que colocou uma roupa social e um chapelão para não ser reconhecido.

A partir de agora eu vou aumentar o preço!Gritou espertamente o gerente do Cinema Vitória.

Não surtiu efeito o povo queria era assisti a tão badalada fita. Até que no dia 13 de outubro de 1982, a direção do cinema recebeu um comunicado do Ministério da Justiça interditando o filme para desgostos das donzelas, donzelos,cegos,aleijados, mudos e até daquele padre ávido por uma fita sexual .

Reri Barretto
Enviado por Reri Barretto em 05/07/2012
Código do texto: T3762032
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