ERA UMA VEZ NO BRASIL ...

SEI LÁ... Parece que antigamente até as falcatruas eram feitas com arte, pois a gente não ouvia falar tanto nesse negócio de passar a mão no que é dos outros... Acho que esse negócio de andar passando a mão, era coisa de rapaz meio avançadinho em meninas modernas (que aprendiam isso quando iam estudar na capital)...

Dizem até que, certa vez, uma mãezona cuidadosa com as filhas, orientava sua filha que havia vindo passar férias lá no sítio, dizia ela:

Sei qui ocê qué ir pra festa na casa de cumpade Aifredo... Intonce, coidado cum os rapaiz daqui... Eles querem mermo é si aproveitar das moças, tirandu certas liberdade cum as moça... Chamam ela prum canto mais escuro e, adispôs de passar a mãe nela, ela fica falada qui só na boca du povo...

No outro dia, a mãezona, conferia se a fia havia tomado os conseios... A menina, com ares de superioridade, foi logo falando:

Ainda bem que a senhora me disse, pois tão logo cheguei na cassa do seu compadre, entre umas dozes e outras, o filho de seu Izidro foi se aproximando e, como quem não queria nada, fui levando ele para um canto discreto e, fiz o que bem quis com o rapaz... Imagina como vão falar do rapaz...


Essa conversa, até me fez lembrar outra história...


Um fazendeiro alugava reprodutores pra cruzamento... Foi viajar e deixou as orientações sobre quanto cobrar (pelos reprodutores) com o filho... Dois dias depois chega um vizinho e vai logo dizendo a que veio:

Vim saber do cumpade como fazer... Seu irmão andou pegando minha filha...

Ah seu zeca... Espere ele chegar, pois estou sabendo quanto ele cobra pelos animais, agora pelo mano ele não falou...
Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 08/07/2012
Código do texto: T3766996
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.