“ROMEU E JULIETA”.
  ARMANDO LEMES.
 
Eu não gosto de bate papo,
onde existem muitos sapos,
fazendo fofoca da vida alheia.
É uma coisa tenebrosa,
transformar uma boa prosa,
em fuxico é coisa feia.
 
Meu compadre desempregado,
fica em casa desocupado,
preocupado com minha vida.
Ele vive falando bobagem,
isso é uma sacanagem,
é coisa de gente enxerida.
 
Sua mulher vai trabalhar,
ele começa bobagem falar,
de sua mulher trabalhadeira.
Trabalhar ele não quer,
mas enche a cabeça da mulher,
com um montão de asneira.
 
Gosta de uns galanteios,
joga na coluna do meio,
e diz ser um garanhão.
Não respeita nem a vizinha,
fica na janela da cozinha,
fazendo a ela declaração.
 
Sua mulher já desconfiou,
sua amiga lhe fofocou,
para nele ficar ligada.
Ela ligou suas antenas,
viu ele com uma morena,
e a sua cabeça ficou encucada.
 
Resolveu perguntar a ele,
disse que é uma amiga dele,
que mora ali no mesmo local.
Ela é uma pobre coitada,
vive levando chifrada,
o marido gosta de bacanal.
 
Ela ficou muito irritada,
e ele dando risada,
de ela estar com ciúmes.
Disse amor não preocupa,
minha amiga é toda maluca,
a noite é um vagalume.
 
Sua mulher não conformou,
acha que ele a chifrou,
com o vaga lume safado.
Disse amor não entendeu,
eu sou um pobre plebeu,
o meu negócio é um veado.
 
A mulher descontrolada,
resolveu lhe dar uma corneada,
com um grande amigo seu.
Ela acabou quebrando a cara,
o amigo era a tara,
a Julieta do seu Romeu.
 
Autor-Armando Lemes-julho de 2012.