como dormir e comer sem dinheiro rsrsrsrsr

Contos do Marcelo meu amigo que me mata de rir toda noite com, suas aventuras e piada

Uma criança sem maldade alguma no coração

Uma dia agente foi numa festa na cidade vizinha. Acabou o dinheiro e não tínhamos o que comer, nem onde dormir. Entramos em desespero. Ônibus só no dia seguinte cedo. Era um rodeio. Ficamos os 4 dias de festas, na ultima noite dormimos demais, quando acordamos por volta das 14:00 h já não tinha como ir embora. Tentamos carona ninguém parava. Então resolvemos ir andando, mas depois de uma hora, já começava escurecer, por volta das 18:00 h meu amigo teve uma ideia.

- Melhor dormir aqui mesmo.

- Mas onde?

Avistamos duas chácaras e ele outra vez teve uma ideia:

- Vamos bater na chácara e perguntar informações sobre o vizinho ao lado, depois vamos lá e dizemos que somos parentes.

Daí lá fomos nós:

- ô de casa! – Batemos palma na porta. – ô de casa.

Saiu o dono da casa pra nos atender. Pedimos agua e meu amigo viu a mangueira cheia de mangas verdes e logo teve outra ideia.

- ô moço, de quem é essa mangueira?

- De dana Maria.

- Dona Maria tem parentes na cidade de são Lourenço?

- Tem, seu Tião. Eles tem uns 5 filhos tudo da sua idade, mas comadre Maria é meio cega, quase não sai de casa.

- Somos de lá também uai! Qual o nome dos filhos dele pra ver se conhecemos?

Nós dois nos olhamos e tivemos a mesma ideia: - Nos damos bem!

Depois de especular o máximo que conseguimos sem levantar suspeita saímos devagar e quando o homem entrou, voltamos e entramos na porteira da chácara da dona Maria:

- Tia Maria! – Ô tia Maria!

A mulher saiu coitada, não devia enxergar nada mesmo.

- Quem tai ai?

- Somos nós, João e Carlinhos filho do seu Tião de São Lourenço. Agente estava indo pra cidade, pegamos uma carona com seu vinho até aqui, viemos perguntar se podemos dormir e amanhã cedo vamos a pé ou de ônibus pra lá.

Dona Maria reconhecendo os nomes dos sobrinhos foi logo abraçando os dois, levou eles pra dentro. Deu comida, mandou eles tomar banho, depois colocou o colchão na sala e mandou eles dormirem.

Por volta da 1 da madruga, a porta da sala abriu, a moça filha dela entrou, e nem olhou pro lado, tirou a camiseta, a calça e atirou pro lado, depois nua como veio ao mundo pegou uma toalha e foi para o banheiro. Eu só observava sem nem respirar, vi tudo iluminado pelos raios de luar que entrava pela janela de vidro sem cortina da sala.

Cedo eles levantaram por volta das seis r dons Maria foi logo fazendo café e pondo a mesa. Nisso a moça se levantou e olhou pra nós dois.

- Quem são esses mãe?

Judiação com a gente. A mulher já vinha com a caneca pra encher meu copo de café.

- São os filhos de Tião

- Filhos de Tião o quê mãe? Os filhos do tio são tudo preto, esses ai são brancos.

Nós levantamos, olhamos um pro outro e corremos estrada a fora. Nisso menos de cinco minutos passou o ônibus. Entramos. O cobrador tirou a passagem e nós sem um real dissemos que nosso pai estava esperando na rodoviária pra pagar a passagem.

Por sorte, Deus teve dó de nós que não tínhamos maldade, éramos só moleques de 16 anos sem juízo. Meu pai estava na lanchonete da rodoviária e pagou nossa passagem, a sorte acabou aí. Levamos um cassete! Apanhamos do meu pai e do pai do meu amigo de vara de marmelo. Nunca me esquecerei disso.

karla geane
Enviado por karla geane em 10/08/2012
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