COTACO-TACO, HUM
-- COTACOTACO
-- HUM
Ayres Koerig
Todo dia o seu vigário,
Eu registro e você veja,
Rezava o seu breviário,
Lá no adro da igreja.
E de lá sempre ele via,
Aquele índio muito forte,
Cavalgando em montaria,
Mas a pé sua consorte.
E assim nosso bom prelado,
Refletiu: -- como é que é?
Ele sempre vai montado...
E a coitada sempre a pé?
Num dia em puro gracejo,
Lhe faz a pergunta então,
Por que é que montado o vejo
Porém sua mulher não?
Mas ao índio num repente
Lhe vem à mente um estalo...
Diz-lhe pura e simplesmente:
--É porque não tem cavalo.