Seu padre, escorreguei!

Numa cidade do interior havia um padre bastante liberal e muito querido da população. Era muito respeitado principalmente pelas soluções criativas que encontrava para algumas questões.

A mais famosa delas foi para a questão dos adultérios. Cansado de ouvir detalhes sórdidos que as mulheres contavam sobre as suas puladas de cerca, o padre inovou instruindo-as a apenas dizer no confessionário: “Senhor padre, escorreguei!”.

Assim o padre sabendo do que se tratava dava o seu sermão, a penitência e o perdão, simplificando a vida de toda a comunidade. Assim naquela paróquia tudo correu bem, e todos foram felizes por muitos anos, e todos sabiam o que significava a palavra “escorregar”...

Após muitos bons serviços prestados, aquele padre foi transferido e um novo e jovem pároco foi apresentado a comunidade. Logo nos primeiros dias, ansioso por mostrar serviço e cativar a simpatia da comunidade passou a observar as principais demandas dos seus fiéis para cobrar das autoridades competentes as devidas providências.

Certa ocasião, o jovem pároco foi convidado pelo prefeito local para abençoar uma ponte que estava sendo reinaugurada. Aproveitando a presença da autoridade maior do município, resolveu fazer uma reivindicação que considerava de maior importância. Solicitou em alto e bom som que o calçamento das ruas do centro da cidade fosse reformado e para justificar o pedido afirmou que as mulheres daquela comunidade estavam “escorregando” muito.

Enquanto as “senhoras da sociedade” ficavam estarrecidas, os homens presentes na inauguração caíram na gargalhada. Sem saber o que era “escorregar”, não podia compreender o que estava acontecendo, constrangido pela reação da plateia e sentindo-se ofendido pelo pouco caso das pessoas, reagiu indignado:

- Senhor prefeito, eu não estou brincando, é necessário que se tome uma providência antes que alguma dama da sociedade possa se ferir gravemente. Sua digníssima esposa por exemplo, já “escorregou” várias vezes.