Sem calças

   Margarida tinha uma única tarde de folga e a disponibilizava para as providências domésticas. Trabalhava fora e "dentro", como costumava dizer.
   Aquela tarde não seria diferente das demais, tinha mil coisas a providenciar, dentre estas, uma calça nova para o marido. Ainda não havia feito a carteira de motorista, usou o transporte coletivo para ir à loja, a única que tinha calças do tamanho GGE (grande- grandão - enorme). Para certificar-se de que não erraria o tamanho, levou uma calça (a melhorzinha e menos puída) para ajudar na escolha do tamanho certo. Não demorou muito na loja, foi ao ponto de ônibus para retornar, muitas tarefas a esperavam. Encontrou uma amiga, esta, eufórica, fez questão de mostrar uma revista com reportagem do Rei Roberto. As duas folhearam as páginas, embevecidas com a frase "Esse cara sou eu!". O ônibus encostou, Margarida e a amiga embarcaram e continuaram a falar sobre o "Rei".
Chegou a casa e lembrou-se das calças do marido.
Deixara a sacola no banco da parada do transporte coletivo.
" E agora?!".
O "cara" da Margarida virou uma fera! E sem calças!

(Da série Histórias de Margaridas)
Maria Inez Flores Pedroso
Enviado por Maria Inez Flores Pedroso em 14/01/2013
Reeditado em 14/01/2013
Código do texto: T4083657
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