Triste fim da saga de Ranulfo Salazar

Ranulfo era filho único do velho Salazar. Moravam em um lugar distante, longe de qualquer lugar. Crescendo ali, longe de tudo e de todos, Ranulfo sonhava em viajar pelo mundo e quando cresceu, despediu-se dos velhos e saiu a caminhar. Vagou noite e dia, sem nunca se cansar. Conheceu muita gente boa e muita gente má. Lugares bonitos e outros de se assustar. Nenhum desses lhe deu a vontade de sentar o rancho e se aquietar. Andando sem parar, muito longe chegou. Se viu em uma serra, que ao longe se estendia, sem nunca se acabar. Andou sobre a serra sem ninguém enxergar, até que uma cidade ao longe veio avistar. Rumou-se para lá e quanto mais próximo chegava, mais ficava a admirar. Quando chegou mais perto ele pôde perceber que a cidade era cercada por uma grande muralha, cujo centro havia um grande portão. Parou junto a ele e começou a gritar. Logo alguém do outro lado começou a perguntar:"Quem és e de onde Vens? O que queres neste lugar?" Ranulfo respondeu sem pestanejar: "Sou Ranulfo, filho do Velho Salazar, estou andando pelo mundo e quero muito conhecer esse bonito lugar. Sou de paz e nenhum mal quero lhes causar." Houve um silêncio momentâneo, mas logo o portão começou a se arreganhar. Que surpresa teve o Ranulfo, filho do velho Salazar, todos naquela cidade estavam nus, andando de lá pra cá. Mandaram que tirasse a sua roupa para poder ali entrar. Ranulfo logo se despiu e pois - se a caminhar. Foi levado ao palácio, para ao rei se apresentar.O monarca também estava nu e só a coroa estava a usar. Desejou-lhe as boas vindas à Cidade dos Nus e prometeu lhe honrar com uma recepção, que lhes era singular.

No primeiro dia, tudo pôde contemplar. O lugar era mesmo bonito e pensou até em ficar. Mas, a maior surpresa ainda estava por pintar. Ao chegar ao palácio, já era a hora do jantar, encontrou o rei, que lhe esperava para cear. Comeu do bom e do melhor, de tudo havia ali, mas o melhor, ainda estava por vir. Na hora de dormir, o rei mandou logo chamar a sua filha mais velha, que queria lhe apresentar. A princesa era mesmo linda, sentiu-se até sem-graça de olhar. O rei disse a ele que ela era virgem e naquela noite, ele iria a desvirginar. Há que noite bela, Ranulfo estava a delirar. Mas era só o primeiro dia, que coisas a Cidade dos Nus, ainda teria a revelar? No segundo dia, muito mais ele andou, chegou de novo tarde e nem quis cear, procurou logo o rei, dizendo que ia se deitar. O rei lhe disse calmamente que a tradição iria continuar, chamou a filha caçula para lhe apresentar. Era ainda mais linda do que a outra, quase nem pôde acreditar. O rei foi logo lhe dizendo: "Essa também é virgem e tu terás que lhe desvirginar." Coisa melhor, Ranulfo não poderia querer, entrou com ela para o quarto e quase morre de tanta doçura, beleza e prazer. No terceiro dia, quase nem andou. Esperava chegar a noite, na esperança de encontrar as duas irmãs, lhe esperando para deitar. Se com uma era bom, com as duas iria adorar. Ao chegar a noite, entrou correndo no palácio, para o rei encontrar, queria encontrar as duas princesas e com as duas se deitar. Mas o rei, mui calma e tranquilamente, pôs logo a falar: "Hoje é o terceiro dia, de se manter a tradição." Dizendo isso chamou o guarda e pediu a ele que buscasse o Tição. Esse era um negro alto e espadaúdo, grande e forte, feito um jatobá. O rei disse ao tição:"Entra com ele para o quarto e dê nele sem pesar, vire ele ao avesso até que não pare de chorar. Ranulfo quis correr, mas não houve como se salvar, sofreu a noite inteira, achou que o Tição nunca mais iria parar. De manhã bem cedo, despediu-se do rei, ali não podia mais ficar. Deu saudades de sua casa e do velho Salazar. Voltou nos passos que veio, só parou pra descansar. Depois de algum tempo, em sua casa veio a chegar. Abraçou seu velho pai e sua mãe a soluçar. Recuperado da viagem, ao velho, tudo veio a relatar, sobre a Cidade dos Nus, aquele terrível lugar: "No primeiro dia, meu pai, o rei me deu sua filha primogênita para desvirginar, como era linda aquela linda princesa, tinha olhos de luar..." O velho logo respondeu: "Há, meu filho, se seu pai estivesse lá..." Meu pai, no segundo dia o rei me deu sua filha caçula, essa era mais linda que o mar..." O velho fechou os olhos e pôs-se a divagar: Há, meu filho se seu pai estivesse lá..." " Mas pai, no terceiro dia, quase não consigo nem contar, o rei mandou-me o Tição, um tremendo negrão, que passou a noite a me sodomizar..." O velho Salazar arregalou os olhos horrorizado e disse sem titubear: "Há, meu filho, se tua mãe estivesse lá..." Esse é o triste fim, da saga de Ranulfo Salazar...

Geraldo Rodrix
Enviado por Geraldo Rodrix em 01/07/2013
Reeditado em 09/08/2023
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