O PALPITE

O encantamento era grande quando papai começou a construção de nossa nova casa, nos arredores de Beira da Mata. Há tempos tão sonhada. Começavam a surgir as primeiras paredes dentre as montanhas de Rio Claro, local que meu avô havia apelidado, pelas águas cristalinas que passavam no rio, nos fundos da moradia que estava em andamento. - Senhor João melhor seria se esta janela ficasse ao meio. O sol entraria com mais facilidade. Meu velho pai atendendo a solicitação do compadre desmanchava a janela e esta ia para o meio pra melhor aproveitamento do sol.

-Senhor João as portas devem ser de Peroba que é mais resistente e não de Eucalipto como o senhor está a construir. Meu pai começava a providenciar a peroba em uma demolição que havia ali perto para a troca sugerida.

E assim, sucessivamente, dia após dia, as mudanças eram feitas atendendo as solicitações dos compadres que insistiam em dar opinião, até que farto das inúmeras opiniões papai inicia uma segunda casa. Afinco nos serviços da nova obra diz com todas as letras quando algum compadre seu aparece para lhe dar alguma sugestão: - A casa do palpite é a outra lá atrás... Esta aqui! Faço do meu jeito!

Moral da história: na nossa vida, todos deveríamos ter a "casa do palpite"

Mariana Quintanilha
Enviado por Mariana Quintanilha em 25/09/2013
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