Uma (nem tanto) "rapid..."
O que dar de comer aos porcos
Um fiscal da saúde pública, em visita a uma pro-
priedade rural, pergunta ao proprietário dela :
- O que o amigo costuma dar de comer para os porcos ?
- Ah, moço, meus "pôrco", aqui, passa é muntcho bem . Come de um tu-
do que "num" serve prá nóis humano : resto de "cumida", cumida "istra-
gada", pão "imbolorado", mortaNdela que a gente nem nem mais o chêro...
- O SR. É UM CRIMINOSO ! - brada o fiscal, já pegando o formulário apropriado para notificação - Vou multar o Senhor em 10 mil reais por tamanha barbaridade contra os animais. E voltarei breve para uma no-
va visita.
Um mês depois, o fiscal retorna :
- E agora, após pagar aquela multa que lhe apliquei, o Sr. continua dan-
do restos de comida imprestável aos bichos ?
- De jeito, de qualidade, "otoridade". Meus "pôrco", agora, tá cumeno
mió do que nóis, os dono deles : a armôço deles, agora, um dia é esse
tá de caviá, outro, sarmão difumado, ôtro, raçã importada...
- O SR. É UM BRUTO DE UM INJUSTO : dar todo esse tipo de alimenta-
ção cara PARA UM SIMPLES PORCO, com tanta criança pobre passando
fome por aí...(após pegar novamente o formulário de multa) - VOU DO-
BRAR A MULTA CONTRA O SENHOR : AGORA SERÃO 20 MIL REAIS QUE
O SENHOR VAI TER QUE PAGAR...(após entregar a multa, retira-se a-
pressado).
De novo, ao fim de mais trinta dias, retorna o
fiscal, preparado para aplicar uma nova multa.
- Não vai me dizer que, depois de ser punido duas vezes, por maus-
tratos aos porcos, o Senhor continua insistindo em não tratar eles
como manda a saúde pública...
- Tô não Sinhô, otoridade. Meus pôrco, agora, se alimenta cumo eu
já dIvia tê fêtcho desdo cumêço : agora, quando chega a hora das
refeição, meto a mão na cartêra, tiro e dô dez real prá cada um deles.
Aí, eles vai cumê o que quisé, onde quisé e cum quem quisé...é lá cum
eles...
O dono dos porcos deixou de pagar multa...