TENHA DÓ DESSE MORTAL

Tenha dó desse mortal!

Acho que cheguei ,olhava aquelas letras compreendia , mas não entendia,ou não tinha nitidez suficiente na visão ,só sei que era inevitável a minha entrada.

Entre,foi conduzido por uma pessoa que não conseguia distinguir seu semblante,sentei,quase me colando na poltrona.

E lá estava eu em uma sala de espera,para ser ¨torturado¨,fiquei bem quieto; quem sabe passaria por desapercebido.Quando de repente...escuto meu nome soando através de uma voz que me parecia em forma de eco ,tremulando meu ser e me penetrando nos ouvidos perfurando meus tímpanos e gravando em meu peito.Era o momento fatal e sem retorno que chegara.

Me desloquei ao local indicado, já me via desfalecendo , desfazendo –me como gelo ou quem sabe um bolo de chantili, onde se tornaria indigesto em poucos minutos.

Meu pânico nunca chegava ao fim ,mas heroicamente me esforçava , para me manter ali,firme nem que fosse como um prego na areia,mas estava ali.

Após um tempo que para mim era incontável, uma outra voz me penetrar era de um homem. Ah.. mas... me soando mais leve,mas ainda firme, me dizia:- Calma senhor muita calma tudo tem seu fim,o seu orçamento acabou, já podemos agora agendar as datas para seu tratamento odontológico.

Foi ai que percebi que meu pânico só era o inicio de uma longa tortura que me esperava.

DEBORA LECCE

Debora Lecce
Enviado por Debora Lecce em 21/04/2007
Reeditado em 25/01/2009
Código do texto: T458219
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