Ciúme Natalino.

Bem gente! Como o natal está chegando, não posso deixar de falar desta data que me recorda tantas coisas boas; como cerveja, doces, salgados... Mas também, coisas que devemos ter muito cuidado. Ciúmes!!! Isso mesmo. O velho e conhecido de todos os casais!

Tudo começou a meia noite do ano passado. Era uma ceia farta na casa de meu tio. Tudo o que você imagina de comes e bebes havia lá. Como convidado especial, carreguei minha garota e fui. Nossa! Como minha família havia crescido em um ano. Tinha gente demais!

Na mesa, um empurra-empurra pra pegar um pedaço de peru. O prato principal é sempre respeitado... Resolvi ir pro terraço. Não gosto de muita muvuca.

Sentei-me na cadeira de balanço, coloquei a cerveja de lado e degustei alguns petiscos. Hummm!!! A patinha de caranguejo estava ótima! Pessoas conversavam, brincavam e comiam. E eu, estava lá, distraído olhando pro tempo. Pensando em coisas da vida, sabe? De repente, ela me olha de longe! Eu já conhecia aquela cara de quem comeu e não gostou. Nunca vou esquecer aquele olhar de psicopata! “Alguma coisa aconteceu!!!” Pensei logo comigo.

Lá vinha ela em minha direção. Ai meu Deus! Parecia que estava marchando.

- Por que você está olhando praquela garota? - Disse ela cerrando os dentes.

- Garota? Mas que garota? - Perguntei.

- Não, me, faça, de, boba! -E cada palavra dita, era um beliscão daqueles que dão vontade de chorar. Doeu tanto que até caiu uma lágrima do meu olho.

- Eu sei que você estava olhando pra ela!

- Mas pra ela quem amor? – Perguntei atordoado.

- Você quer saber mesmo? – Perguntou-me.

E pra que, que eu fui perguntar. Débora avançou sobre mim. Suas unhas vermelhas agarraram minha camisa de natal que se rasgou em dois pedaços. Silêncio geral no ambiente. Parece que haviam apertado pause na festa. Todos me olhavam tensos. Mas tensos do que eu, não. Principalmente na hora em que aquele garotinho travesso da tia Júlia começou a rir e apontar pra minha cara de bobo. Minha ex-namorada pegou a bolsa, encheu de salgadinhos e foi embora. “Espera!!!” Eu gritei. Meu tio, não me deixou correr atrás dela. “Calma garoto, vou te emprestar uma camisa!”. Vesti outra roupa. Foi então que eu voltei pra casa sem nem mesmo terminar a festa. Que vergonha! Que raiva! Naquele monte de gente, nem sei quem era a garota de quem Débora tanto falava...

Aff! Antes eu tivesse olhado praquela gostosa de pernas grossas, bumbum avantajado e seios fartos que com um vestidinho curto se debruçava na varanda. Por isso amigos enrascados, quando forem a uma ceia de natal, dêem atenção apenas ao prato principal. Evite olhar para outros petiscos! Isso é perigoso...

Amário Cosme. (Ludovicense)

Ludovicense
Enviado por Ludovicense em 23/11/2013
Reeditado em 23/11/2013
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