O VELHO GAVIÃO
Certo dia andando por uma praça, vi um senhor de idade que há muito tempo não via, pensava até, que ele já havia morrido. O velho tinha fama de ter sido um garanhão. Não perdoava nada, não mandava para o bispo. Gostava de prosear com ele, contava uns causos interessantes, os quais eu adaptava e contava em meu programa na rádio. Cumprimentei-o:
-Bom dia seu Genézio, como vai essa força?
Ele apoiado em uma grossa bengala, com óculos fundo de garrafa respondeu:
-Ora, tirando a catarata, o começo de osteoporose, o reumatismo a incontinência urinária e o endurecimento das juntas, tudo bem...
E antes que eu falasse alguma coisa ele disse:
-O diabo é que endurece só o que não é preciso, o que precisa mesmo, nem a custa de Viagra...
Eu rindo disse:
-Também já chega seu Anézio, já “farofou” bastante, agora é só descansar e se vangloriar...
Nisso foi passando uma mocinha boazuda, com um corpinho de sereia, com a barriguinha de fora. Notei que ele olhou firme para ela, pensei ter visto uma centelha de “tesão” no olhar do velho através dos grossos vidros dos óculos.
Falei com ele:
-Mas com um piteuzinho desses a coisa ainda funciona né seu Genézio...
-Com uma dessas é que não funciona mesmo...
-Uai, por quê?
-A menina por ser novinha, não tem experiência nenhuma de sexo, não sabe nada, e eu o que eu sabia já esqueci tudo...
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