Não entendi!

Engraçado como as algumas pessoas usam de toda sua criatividade, ou falta dela, para presentear, às vezes com muito mau gosto, alguém que terá que conviver com esse presente pelo resto da vida.

Relato de uma amiga (Se bem que acho que é mesmo piada)...

Consultório médico, tarde de calor e as pessoas folheando, impacientes, as páginas das revistas. Olhares desviados, alguns usando a revista, que já não tinha mais nada de interessante para se abanarem. A recepcionista não dá a mínima para impontualidade do médico, e enquanto um ou outro cruza a sala em busca de um gole de café, uma criança sentada no carpete, deposita concentrada, toda sua criatividade arquitetônica numa folha de revista. Não ficou muito claro no fim das contas se era um barco ou um chapéu, mas pelo menos foi bem sucedido em seu projeto.

Depois de uma longa espera sai um paciente do consultório. Todos na mesma expectativa, quem será o próximo? Logo atrás do paciente vem o médico, que nem sequer mira a sala de espera, na certeza que seria fuzilado simplesmente pelos olhares.

Depois de uma breve conversa com a recepcionista que mascava chiclete e enrolava a ponta do cabelo enquanto o médico procurava os olhos dentro do decote, ele volta ao consultório. Ela toda engraçadinha, levanta-se, retira uma pastinha do balcão e diz em alto e bom tom: Letisgo. Ninguém se manifesta. Ela chama novamente, e nada.

A voz aguda diz mais uma vez: “Letisgo Benito da Silva”. Eu ao ouvir nome e sobrenome, o menino levanta-se rapidamente, chama sua mãe que ao pega-lo pela mão é seguido por todos os olhares atentos dos outros pacientes que não entendem o bendito nome.

Antes mesmo de chegar até o balcão, a mãe declara com seu sotaque arrastado: “ai moça, discurpa, num tinha ovido cê chamá meu fio. É que ce falo o nomerrado.

Ele chama é Let’s Go!”

E seguiram os dois consultório adentro!

Ebony
Enviado por Ebony em 08/05/2007
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