Fabulinha fabulosa...


Era uma vez...

Em um reino não tão distante assim nem tão reino também, entre um cruzar de espadas e um coaxar enfastiado, Bart, o batráquio sedutor, tomou uma séria decisão: apagou do portfólio das lembranças aquela voz, aqueles olhos tão encantadores, qualquer resquício de paixão ou lembrança daquele ou de quaisquer outros velhos amores e partiu.
Ah, precisava singrar outros mares ou, noutras palavras, chafurdar em brejos mais animados, pois afinal, a vida é tão curta!
-Ora, ora, justificava-se:- Quem, na modernidade, desperdiça tempo com tolas tolices? Quem ainda tem paciência para romances?
Partiu e deixou para trás inúmeras candidatas a princesas sem/consorte, ora na pele de gata escaldada, ora de gata assanhada e ainda de gata carente desfolhando o malmequer nas redes sociais:
-miau me quer
-miau não me quer
-miau...
-miau...
E de miados, coaxos, deslizar de mouses, cutucadas e curtidas o mundo da fantasia, a fauna cibernética cria e recria, destrói e reconstrói seus novos personagens, suas novas fábulas.
Moral (?) da estória:
Nenhuma. O mundo cibernético faz sapo virar príncipe num clic. E faz também vira-lata virar gata na mesma proporção.