O CAIPIRA DE ROUPA NOVA E A MOCINHA GALHOFEIRA

Quinzinho do Gamelão em mais um de seus causos:

-Gente, a farta de respeito atuarmente tá grande dimais...A mocidade perdeu o respeito pros mais veio...

-Como assim? Perguntou um dos ouvintes.

-Antigamente, a gente chamava os mais véio de sinhor, sinhora...Tomava bença dos pais, dos padrinho, hoje os fios chama os pai é de “véio” e “veia”, ah, num acustumo cum isso não...

-Pois é, Quinzinho, os tempos mudaram, hoje não se usa isso não...

-Mudô, mudô pra pió, acho uma farta de respeito...Vô contá proceis um causo que acunteceu cumigo na Feirinha semana passada...

-Então conta, falou um dos ouvintes.

-Eu cheguei na Feirinha mode bebê uma cerveja, era dia de Arraiá, tava um movimentão dos diabo, o trem tava pegano fogo. Visti uma carça nova de intiqueta, que eu ganhei no dia dos meus ano. Ingraxei as butina gomera visti uma camisa xadreis, chapéu de aba larga...Pricurei, pricurei um lugá pra sentá e num achava. Inté que vi uma turma de mucinha minhas cunhicidas, e elas me chamaro pra sentá cum elas mode contá uns causo. Quem sô eu, pra mode ricusá cunvite de moças? Fui chegano na mesa e uma delas arreparô na minha carça nova e foi falano:

-Oia só a elegança do Quinzinho, calça da Zoomp...

-Eu fiquei todo pusudo... e aí uma das mucinha falô:

-É Zoomp legítima, ou do Paraguai?

-Ah, é das boa mesmo, ganhei de presente...

Uma das mucinha debochada, me priguntô:

-E o “trem”que tá dento das carças e da cueca é Zoomp! Tamém?

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