No princípio Deus criou a Matemática...

     A Matemática, porém, era sem forma e vazia. Havia trevas que ninguém compreendia e o Espírito de Deus “boiava” na matéria. Disse Deus: 
    - Que sejam feitos os professores!. 
     E eles foram feitos. E eles disseram que a matemática estava muito simples e precisava ser mais complicada. E, para começar, separaram a Geometria da Álgebra. 
     E viu Deus a Geometria e não entendeu nada, viu a Álgebra e entendeu menos ainda. E assim foi o primeiro dia. 
     No segundo dia, como Deus continuasse a não entender nada de Matemática, resolveu criar companheiros que como Ele também nada compreendessem. E assim foram feitos os estudantes de Matemática. Quando Deus viu os novos seres e percebeu a “besteira” que tinha feito, ficou tão chateado que resolveu terminar o expediente mais cedo (afinal, Deus é brasileiro!). E assim foi o segundo dia. 
     No terceiro dia, Deus chegou atrasado, e os professores resolveram se reunir para pensar em algo útil. Como não conseguiram, decidiram inventar o Cálculo, só para complicar. No momento em que Deus chegou, foi-lhe mostrada a nova obra. Naturalmente, Deus não “pescou” nada e pediu aos professores que lhe explicassem, mas eles responderam que não iriam “meter a mão naquela cumbuca”. Enfim, Deus chamou o inventor do Cálculo e ordenou-lhe que explicasse que diabos! (perdão, Senhor...), o que era aquilo. 
     O homem explicou pela primeira vez, Deus não entendeu nada; o homem explicou pela segunda vez, Deus na mesma; o homem explicou pela terceira vez, “neca” de Deus entender o homem... 
     Bem, a paciência de Deus é eterna, mas uma pela explicação 9.4E+151375987... Deus mandou o inventor parar. O Cálculo lhe dera uma idéia divina. E assim foi criado o inferno. 
     Então perguntaram: 
     - Deus, o que iremos fazer com o Cálculo?. 
     Deus pensou, mas como isso doesse muito, resolveu deixar que os alunos tentassem descobrir o que era aquela coisa, e‚ por isso, que nenhum estudante entende de Cálculo até hoje. E assim foi o terceiro dia. 
     No quarto dia era feriado e... ninguém apareceu... 
     No quinto dia, os professores e alunos enforcaram. Quando Deus chegou e viu que ninguém fora trabalhar, foi para casa e deixou para decidir o que fazer com a Matemática depois do fim-de-semana. Porém no (que dia mesmo?), o Plano Collor extinguiu a Fundação Jardim do Éden e todos foram demitidos do Paraíso. E assim, até hoje, nem Deus, nem os professores, nem os estudantes sabem o que é Matemática. 

                                                                                                         AMÉM!

(Retirado do Jornal do Centro Acadêmico de Matemática da UFRJ )