= Compartilhando =

Ontem nessas reprises do Jô passou

ele declamando essa "reflexiva e bela" poesia.

Achei legal e estou dividindo contigo. rsrs

Pesquisei mas não consegui saber o nome do autor.

Talvez seja o próprio Jô ou seus redatores.

....

Memória de Elefante

No seio misterioso da floresta indiana,

Vivia um guru chamado Ki Sacanna.

Um dia ele avistou um pobre paquiderme,

Deitado ali no chão, ferido, enorme, inerme.

Sacanna aproximou-se e num sublime impulso,

Sentiu-lhe a febre ardente e tomou-lhe o pulso.

Foi quando viu no pé do agônico elefante,

A farpa que causava a dor alucinante.

E Sacanna veloz, num gesto habilidoso,

Logo lhe extirpou o espinho doloroso.

Depois com agilidade e competência inata,

Dez quilos de pomada aplicou-lhe na pata.

Enrolou-lhe no artelho um bandaid gigante.

Por fim ministrou-lhe um galão de laxante.

Afastou-se o bichinho, feliz e curado,

Deixando do purgante o rastro empesteado.

Muitos anos passaram e o velho Sacanna,

Retornava alquebrado à sua cabana.

Mas eis que da floresta vem de supetão,

Um elefante em fúria que o joga no chão.

Levanta a pata sobre o rosto arfante.

Sacanna o reconhece: "?? o mesmo elefante!".

Pois vê nítido e claro em frente ao seu nariz,

Um band aid em farrapos sobre a cicatriz.

O elefante sorri e olha com amor,

Bem no fundo dos olhos do seu salvador.

Como se lhe dissesse com a pata no ar:

"Ah! lembro-me de ti. Como não recordar?

Foi teu gesto gentil que salvou minha vida,

Aliviando-me a dor, me limpando a ferida."

Não existe elefante que disso se esqueça.

E depois lentamente, esmagou-lhe a cabeça.

Moral da Poesia:

A boa memória do animal ninguém refuta.

Mas tem elefante que é filho da puta.

= Desconheço autoria =

(Se alguém souber e puder me informar eu agradeço)