= Prosa (quase) Poética III =
Eu também um dia já tive uma bela barriga tanquinho
Mas foi por pouco tempo, foi só por um tantinho
Guloso e comilão, craque no copo, no prato fundo e nos talheres
Ganhei logo foi um suntuoso e proeminente tancão
Daqueles que parecem conter um edredom
De casal, dobrado, grosso, dos bons
Até tentei, por diversas vezes, voltar ao que era antes
Fazendo regimes, dietas disso, daquilo, mas teve jeito não
Emagrecia e engordava, engordava e emagrecia
Tinha dias que era uma verdadeira tortura, uma agonia, nem comia
E na eterna briga com a balança, meu corpo, verdadeiro sanfonão
Ah como eu lamento não ter fechado a tempo, o meu bocão
Quantas vezes, a guisa de consolo, amigos, homens e mulheres
Disseram-me, esquece, já não te pertence mais aquele corpão
O que importa agora, o que vale mesmo, é que funcione a torneirinha
No meu caso, modéstia à parte, quase um hidrante, um baita torneirão
Na atual conjuntura, até uma mentirinha vale, pra deixar tudo mais leve
Pela propaganda enganosa creio mereço um desconto e quem sabe, até perdão
Diz um ditado que quando o inimigo é forte a melhor saída é a união
Continuei amigo íntimo da geladeira, do forno e do fogão
Faz tempo, tudo entreguei pra Deus, pedindo a Ele que cuide bem dos quilos meus
Hoje, pra onde quer que vou, meia hora antes, chega meu barrigão
Ria não! Sei com certeza, não sou o único nessa situação.
p.s. Somente HUMOR.
= Roberto Coradini {bp} =
15//09//2014