MIRTINHO E O "CORONEL"

MIRTINHO E O “CORONEL”

Mirtinho (com r mesmo) grande empresário em BH, adquiriu um belo sítio aqui em Calambau, ele que é também calambauense.

Remodelou o sítio com a implantação de horta, pomar,pastagens, reflorestamento, cultura de

milho e feijão, criação de bovinos, etc.

O Mirtinho ficou entusiasmado com a participação de seus amigos nas cavalgadas realizadas por aqui. Resolveu também adquirir um cavalo para tal fim. Por informações de amigos adquiriu um belo cavalo, com o qual deveria participar da cavalgada do festival da cachaça. Tal cavalgada sairia da fazenda do Milton Fernandes, transportando as cachaças que seriam exibidas no festival.

O problema começou com o nome do cavalo adquirido. De acordo com o vendedor o seu nome era “coronel”. O Mirton ficou indeciso em conservar esse nome, pois temia surgir algum problema. Consultando um seu amigo, este lhe disse que não haveria nenhum problema, pois um General, quando Presidente da República, adorava cavalos.

No dia da cavalgada, pela manhã, o Mirtinho pegou o cavalo, colocou-lhe o arreio e ajeitou todos os acessórios da montaria. Depois de tudo pronto, o cavaleiro já no arreio, o cavalo empacou e não deu nem um passo. O Mirton usou a tala, pediu por favor, e o cavalo nem se movia. Com a chegada do caseiro que lhe deu umas “varadas”, o cavalo resolveu a andar.

Como o Mirton ficou de encontrar-se com um seu primo que também iria à cavalgada, ficou tranqüilo, pois tendo um outro cavalo por perto o seu não iria empacar novamente. Acontece que o primo resolveu não ir, o que complicou a vida do Mirton.

O problema era passar pela cidade e o cavalo pegar a “manha”. E se os amigos gozadores estivessem por perto? Seria o fim...

Chegando à cidade o cavalo estava procedendo bem. O Mirtinho só não podia parar, com medo de acontecer o pior.Assim é que quando passava por um amigo ia logo dizendo:- Não posso parar, estou com pressa! Quando passou em frente à casa paroquial, o Mirton para “adular” ao Padre foi perguntar-lhe pelo Cruzeiro. Foi só falar o nome deste time feio que o cavalo empacou de vez. O Padre achando graça e o nosso amigo morrendo de raiva.

Não faz isso comigo Coronel, se o Murilo, o Fernando ou o Saminho passarem por aqui, como é que eu fico? Parece que o cavalo compreendeu o padecimento do seu dono e resolveu a andar. É assim que se faz amigão, disse o Mirton para o cavalo. Disse mais:- Se você proceder direitinho vai ganhar uns cinco quilos de milho quando voltarmos...

O “coronel” foi bem até a fazenda do Milton Fernandes. A partir daí empacou de vez e nada o fazia andar. O Mirtinho teve que chamar um peão para levar o seu cavalo até o sítio do Chiquinho Fernandes, pois uma parte da cavalgada partiria daí. O peão levou o cavalo e o Mirtinho foi de carro. Na cavalgada o “coronel” procedeu-se muito bem, pois ele estava de paquera com uma potranca que estava ao seu lado.

Quanto ao Mirtinho, no outro dia, encontrei-o na farmácia, onde adquiriu dois tubos de ‘hipoglós” para curar certa parte de seu corpo ainda dolorido, pela longa cavalgada... Mas mesmo assim muito feliz, elogiando o “coronel”.

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Murilo Vidigal Carneiro

Calambau, julho/2014

murilo de calambau
Enviado por murilo de calambau em 19/09/2014
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