Repentes rebeldes e repentinos
 
Morte e vida Florentina
O mundo não fala dos fracos
A vida não é somente serpentina
Perfume bom está em pequenos frascos.
 
Sorte e morte juntas caminham
Ombro a ombro, sob o sol Sertanejo
A vida não é queijo fino e vinho
E a roça só sobrevive com manejo
 
Corte e cura, na aldeia se nota
O doente sem dente sofre calado
Pajelança ou UPA, quem se importa?
No final algum corpo será velado.
 
Cumpra sua promessa ou fuja como covarde
Mas não jure em falso, jure com firmeza
Mesmo com a mentira que agora te invade
Jure de pés juntos e com toda clareza
 
O céu foi feito pra todos os pecadores
E o arco íris não é de uma cor somente
Rabisque seu céu como os pintores
Sem cavalete, sem pincel, como indigente.
 
Desfile nos shoppings de chinelo surrado
Não compre Saint Laurent no cartão
Dê um sorriso a quem está do teu lado
Volte de táxi, esqueça seu carrão.
 
Doe a uma criança pobre
A alegria do sanduíche de queijo
Se puder dê também o que não pode
E aceite em troca só um beijo
 
Fiz versos sem sentido aparente
Que podem ser odiados, não ligarei
Assim como versos em repente
De repente já fui e nunca cheguei...
 
José Benício
Enviado por José Benício em 21/10/2014
Reeditado em 21/10/2014
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