VOCÊ NÃO FICOU SABENDO?

VOCÊ NÃO FICOU SABENDO?

(Autor: Antonio Brás Constante)

Há alguns dias atrás (que podem ser semanas, meses ou até anos, dependendo de quando você estiver lendo este texto), um objeto voador não identificado sobrevoou os céus da minha terra (ou seria do meu céu?). O fato passou quase despercebido pela grande maioria da população, que costuma olhar para todos os lados (procurando ficar atenta a qualquer ato marginal), menos pra cima. Outro detalhe que contribuiu para o quase anonimato do evento, foi por ele ter acontecido durante a madrugada.

Para saber o que a população diria, caso fosse consultada sobre o que de fato passou voando por sobre nossas cabeças enquanto dormíamos, solicitei os favores imaginários de um instituto de pesquisas, que me indicou (conforme abaixo) como poderiam ser as respostas das pessoas.

Nas prováveis hipóteses, não faltaria quem desse o palpite certo, dizendo se tratar de um meteoro, desses que chegam riscando o céu (como uma criança riscando um documento importante deixado sobre a mesa), sumindo no horizonte. Talvez uns 65% achassem isso.

Também teriam aqueles que pensariam que a figura luminosa seria um míssil de alta tecnologia americano, atirado contra algum ponto do Oriente Médio (uns 12% dariam tal resposta), e que inexplicavelmente veio parar em nosso espaço aéreo. Com a diferença de que, no caso de realmente ser um míssil americano de altíssima tecnologia, ao invés de se fragmentar no ar, ele fatalmente acabaria caindo em algum local povoado, explodindo e matando vários inocentes.

Provavelmente 23% das pessoas acreditariam se tratar de um OVNI. Embaladas pelas descobertas recentes de planetas distantes com características habitáveis, bem como no achado de novos minérios que até bem pouco tempo só existiam em histórias em quadrinhos.

Outros 14% certamente achariam que a tal “coisa brilhante” era na realidade uma passeata de vários e pequenos objetos “extraviados”, que resolveram unir-se para reivindicar melhorias na sociedade, visando diminuir assim o número de balas perdidas que andam, ou melhor, que voam por aí. Quem visse tal aglomerado de projéteis trataria de tirar rapidinho o corpo fora, tornando a manifestação pacífica e sem vítimas.

Como o objeto era muito grandioso, vultuoso e se movia acima das nuvens, próximo à estratosfera, um percentual de 49% dos entrevistados, perceberiam aquilo como sendo o ultimo aumento salarial dos parlamentares, que haveria chegado a um patamar astronômico, com ares de corpo celestial (instituído por indivíduos diabólicos). Algo em forma de uma batata quente gigantesca, pronta para consumir uma boa fatia do capital recebido, oriundo de nossos impostos. Um arauto da corrupção, menor apenas que a ambição dos inescrupulosos seres políticos, que votaram a favor daquele monstro destruidor de verbas públicas. Uns 5% ainda pensariam que a bola de fogo fosse o trenó do Papai Noel, viajando com luz alta. E por último (finalizando os 100%), aproximadamente 2% dos que fossem pesquisados, afirmariam que não sabiam de nada, ou simplesmente não opinariam.

Finalmente, seria questionado (através de pergunta induzida), se aquele objeto voador não seria, por acaso, uma aeronave brasileira. A resposta de todos (após uma explosão de risos) seria praticamente a mesma: “IMPOSSÍVEL!” (Afinal, quem é que, hoje em dia, já não sabe que no Brasil, os aviões não voam).

P.S: A referida pesquisa foi patrocinada pela Empreiteira Gautama, e posso garantir que não houve superfaturamento nas respostas.

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(Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc)

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Antonio Brás Constante
Enviado por Antonio Brás Constante em 25/05/2007
Código do texto: T501364