ARTINO ANTHERMS
lembra dele?
aquele que matou o tamanduá que assombrava la no cruzeiro
em Lima Duarte?
Pois e , existia no local uma assombração e ninguém passava por ali
depois das dezoito horas, principalmente em noites de lua cheia.
Artino Antherms era o bebum do lugar e la na venda,do seu Budega,ele arrotava valentia, enquanto os homens iam para a lida pela manha
la na roça.
Ele riscava o seu facão no chão de cimento e saia ate faíscas de fogo
desafiando os homens que antes de ir para a lida passavam na venda
pra tomar uma pinguinha.
-Cambada de froxos, oceis tudo tem medo da sombração la do cruzeiro.
Eu vo mostra pra vocês que hoje eu acabo ca raça daquele mardito.
Artino Antherms,com a sua meia garrafa de pinga no bolço esfarrapado ja embriagado, parecendo ate que a sua bebedeira era cronica, nunca terminava.
Ate que la para o meio dia ele caia em sono profundo e quando acordava
recomeçava com a sua valentia ate que quase em coma alcálico era carregado para casa.
Um dia de muita chuva ele apareceu la na venda a tardinha e todo molhado, brandindo o seu facão bradava:
-Hoje oceis vai ve u qui e um homi valente. Eu vo infrenta aquela sombraçao. Oceis vai ve so quem e o Artino Antherms.
Passaram se algumas horas e logo ele chegou todo aranhado e ensanguentado, com o tal facão sujo de sangue dizendo:
Vai la cambada de medroso. Vai procura a tal sombraçao.
Os seus vizinhos ficaram preocupados. Sera que o maluco havia matado alguém? Quem sabe uma pessoa que assustasse os outro la no cruzeiro?
O doutor Sérvulo, fazendeiro do lugar era dado a essas brincadeiras de mal gosto e quem sabe elas teriam acabado mal para ele?
Quando chegaram ao local encontraram um grande tamanduá estendido no chão.