Doce lar marimbondo
A amoreira beijava a relva com a ponta dos dedos, encurvando-se como um devoto em genuflexão. Era preciso dar-lhe um adjutório, pondo uma escora nos galhos, ou em pouco tempo, prostrar-se-ia moribunda.

Preparamos três postes de eucalipto, travados com tábuas de peroba, e transformamos a escora num banquinho à moda Leide Borges.
 
Ninguém viu, durante a poda e escoramento da árvore, que marimbondo, fincara hastes de sua tenda, a menos de dois metros de nossas cabeças.

Não me importaria dividir a mesma sombra com a família dos vespídeos, se eu não fosse alérgico à picada dessa gente. Então, propus, ao marceneiro Antenor, que tomasse a liberdade de abordar os insetos, com um chumaço ardente. Ele, porém, retrucou: “Tem que ser à noite. Não adianta por fogo cedo! A maioria está fora de casa, comprando material de construção.”