A verdadeira história da cigarra e da formiga
A VERDADEIRA HISTÓRIA DA CIGARRA E DA FORMIGA
Miguel Carqueija
Ambrose Bierce foi um escritor norte-americano ligado à literatura fantástica, como Edgar Allan Poe. Deixou uma obra significativa. Contudo, em sua vida há um detalhe algo arrepiante. Um belo dia, não sei por que, cismou de se meter na guerra civil mexicana, ocorrida na década de 1910. Foi para o México... e nunca mais se soube dele.
Bierce modernizou a famosa fábula de Esopo, “A cigarra e a formiga”, com uma versão bem mais realista. Faz muito tempo que li, creio que em livro emprestado de biblioteca, mas vou relatar aqui com as minhas palavras:
Como se lembram, na história original, chegado o inverno a pobre cigarra, cheia de frio e fome, bateu na porta do formigueiro para pedir alimento. A formiga-porteira começou uma descompostura, falando aquelas coisas que todo mundo sabe:
— Você é uma irresponsável! Nós trabalhamos, juntamos alimento! Você ficou vagabundando esse tempo todo, tocando esse violino! Por que não estocou sua comida, para a mudança de estação?
Nesse ponto, porém, indignada, a cigarra interrompeu o discurso da outra e berrou:
— Isso é mentira! Eu estoquei comida, sim! Vocês é que invadiram a minha casa e levaram tudo!
Rio de Janeiro, 9 de junho de 2015
A VERDADEIRA HISTÓRIA DA CIGARRA E DA FORMIGA
Miguel Carqueija
Ambrose Bierce foi um escritor norte-americano ligado à literatura fantástica, como Edgar Allan Poe. Deixou uma obra significativa. Contudo, em sua vida há um detalhe algo arrepiante. Um belo dia, não sei por que, cismou de se meter na guerra civil mexicana, ocorrida na década de 1910. Foi para o México... e nunca mais se soube dele.
Bierce modernizou a famosa fábula de Esopo, “A cigarra e a formiga”, com uma versão bem mais realista. Faz muito tempo que li, creio que em livro emprestado de biblioteca, mas vou relatar aqui com as minhas palavras:
Como se lembram, na história original, chegado o inverno a pobre cigarra, cheia de frio e fome, bateu na porta do formigueiro para pedir alimento. A formiga-porteira começou uma descompostura, falando aquelas coisas que todo mundo sabe:
— Você é uma irresponsável! Nós trabalhamos, juntamos alimento! Você ficou vagabundando esse tempo todo, tocando esse violino! Por que não estocou sua comida, para a mudança de estação?
Nesse ponto, porém, indignada, a cigarra interrompeu o discurso da outra e berrou:
— Isso é mentira! Eu estoquei comida, sim! Vocês é que invadiram a minha casa e levaram tudo!
Rio de Janeiro, 9 de junho de 2015