Chuva de quibes

Uma repórter se aproximou e fez perguntas para mim, todas muito

elaboradas utilizando termos técnicos de Marketing e Gestão, querendo saber o que eu faria em determinadas situações e o que eu entendia por esse ou aquele termo. Eu gaguejava e não consegui responder a nenhuma pergunta. A entrevista era parte de um programa educativo que alertava às pessoas o quanto era prejudicial ser desinformado.

Descontente, protestei (de alguma forma não revelada ) e como "prêmio de consolação" do canal de TV, eles me deixaram participar como ator num quadro de câmera escondida em um restaurante. Minha tarefa era dar um berro perto de outras pessoas (as vítimas) ao encontrar outro ator, que fazia o papel de um amigo ou parente que eu não via há muito tempo. Eu berrava "fulano, que saudade!", perto das pessoas, que tomavam um susto daqueles. Eu abraçava o ator depois. Era um macete para as pessoas ficarem com pena de mim e não partirem para a ignorância, evitar xingamento e agressões. Na hora do grito passava uma gorda carregando uma travessa grande de quibes. Com o susto ela deu um pulo e jogou a bandeja, proporcionando à gravação uma inédita chuva de quibes nas vítimas e atores. Não deu pra recuperar nenhum, infelizmente.

Nunca antes na vida sonhei um sonho tão non-sense quanto este!