COISIM DE INTERIORR – A “PORCAIADA”
- Dito!
- Oi! Cumpadi Legário cê tá bão?
- Tô anssim assim, tô cuns pobrema de porco
- Pobrema de porco? Que pobrema cumpadi?
- Sabi aquela porca gorda e que tá cheim de fiote que tenho lá no sítio, ela num qué me deixá ponhá a mão num leitãozinho que seje, vem que nem fera doida por cima di eu, que nem posso cum ela, anda braba mesm. E o pió é eu prumetí pro cumpadi Zaroiô, que ia levá uns dois toicinho novim pra ele, e agora minha palavra foi rio abaixo, num sei o quê fazê, cê podia mi ajudá lá?
- Pera aí, que tô cabando de coiê uns tumati e uas abróbra e já cumpanho ocê.
Chegando no sítio do compadre Olegário, um par de léguas dali, foram os dois tentar pegar os leitões para o compadre Zarolho. A briga foi boa, a porca mãe não deixava que eles se aproximassem dos filhotes e logo corria e se jogava por cima deles, que já estavam todos elameados e nada de leitão, até que o compadre Expedito, teve uma ideia e falou para o compadre Olegário
- Légario, cê acérca a porcona daí da dereita e eu corro e pego um leitão aqui dotro lado, adispois nóis pega o outro, fazeno a mesma coisim.
E assim fizeram, dessa vez enganaram a porca e Expedito conseguiu pegar um leitão, amarrou suas patinhas para que não fugisse e foram fazer a mesma coisa para pegar o outro. Só que a porcona estava esperta e deu um baile nos dois, que caíram estatelados, quase que sufocaram de tanta lama que engoliram, estava difícil aquele embate com a porcaria.
Sentaram um pouco, para descansar e voltaram ao combate “porcoral”, dessa vez pegaram umas folhas de almeirão e chamaram a atenção da porca e rapidamente Olegário conseguiu pegar o outro leitão, então deixaram a porca em paz, reclamando que só.
Carregaram os porquinhos, lavaram e prepararam para levar na carroça, os leitões para o compadre Zarolho, que na certa iria rir muito, da ”porcaiada” que foi o dia dos compadres.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2015.
- Dito!
- Oi! Cumpadi Legário cê tá bão?
- Tô anssim assim, tô cuns pobrema de porco
- Pobrema de porco? Que pobrema cumpadi?
- Sabi aquela porca gorda e que tá cheim de fiote que tenho lá no sítio, ela num qué me deixá ponhá a mão num leitãozinho que seje, vem que nem fera doida por cima di eu, que nem posso cum ela, anda braba mesm. E o pió é eu prumetí pro cumpadi Zaroiô, que ia levá uns dois toicinho novim pra ele, e agora minha palavra foi rio abaixo, num sei o quê fazê, cê podia mi ajudá lá?
- Pera aí, que tô cabando de coiê uns tumati e uas abróbra e já cumpanho ocê.
Chegando no sítio do compadre Olegário, um par de léguas dali, foram os dois tentar pegar os leitões para o compadre Zarolho. A briga foi boa, a porca mãe não deixava que eles se aproximassem dos filhotes e logo corria e se jogava por cima deles, que já estavam todos elameados e nada de leitão, até que o compadre Expedito, teve uma ideia e falou para o compadre Olegário
- Légario, cê acérca a porcona daí da dereita e eu corro e pego um leitão aqui dotro lado, adispois nóis pega o outro, fazeno a mesma coisim.
E assim fizeram, dessa vez enganaram a porca e Expedito conseguiu pegar um leitão, amarrou suas patinhas para que não fugisse e foram fazer a mesma coisa para pegar o outro. Só que a porcona estava esperta e deu um baile nos dois, que caíram estatelados, quase que sufocaram de tanta lama que engoliram, estava difícil aquele embate com a porcaria.
Sentaram um pouco, para descansar e voltaram ao combate “porcoral”, dessa vez pegaram umas folhas de almeirão e chamaram a atenção da porca e rapidamente Olegário conseguiu pegar o outro leitão, então deixaram a porca em paz, reclamando que só.
Carregaram os porquinhos, lavaram e prepararam para levar na carroça, os leitões para o compadre Zarolho, que na certa iria rir muito, da ”porcaiada” que foi o dia dos compadres.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2015.