De Uma Galhofa. O Nome de Uma Cidade.

Nos anos 40 e 50, como contavam os antigos, havia no Estado do Espírito Santo uma vila de nome Guará. Além das cidades espírito santense, tinha cidades mineira vizinhas e de outros estados. Eram tempos de um arraigado conservadorismo e um terrível machismo. Moças pobres que engravidavam solteiras, teriam que exibir o estado de gravidezes aos olhares condenáveis da sociedade. Minha avó, referindo a Governador Valadares , contava como eram xingadas e ridicularizadas essas pobres moças. As moças ricas eram levadas para a Vila Guará no Espírito Santo. De repente de alguma forma vazava a notícia de uma moça da alta sociedade na longínqua Guará, mas os comentários eram discretos. Como sempre, o pobre borrava de medo da burguesia. Quando davam falta de certa moça, filha bonitona de algum figurão, a pergunta era como um segredo guardado a sete chaves; “Que dê a filha lindona do dotô Fulano?” A resposta era bem no pé do ouvido; “ Foi para Guará... pari!...”

Então virou uma galhofa geral. Popularizou tanto, que a Vila Guará ao se emancipar adotou o nome de Guaraparí . Não me pedem explicação, estou vendendo o peixe como comprei! Só sei que Guarapari hoje, é considerada a praia dos mineiros. Benditas pioneiras!!!

Lair Estanislau Alves,