O PIQUENIQUE

Era um dia de sol, desses que não está quente nem frio. No ponto pra ser bem sincero.

Eu tinha lá meus quinze pra dezesseis anos, quando resolvemos tomar banho de riacho lá na fazenda de uns amigos meus.

Todos homens, eu, Serginho, Amarildo, Nivaldo e Miguel. Bom, estando ali só nós homens, resolvemos tomar banho no riacho totalmente pelados, e, deixamos as roupas amontoadas todas num local só, perto do riacho. E lá fomos nós pra dentro da água. Brincadeiras, pula daqui, pula dali, e depois de muito tempo resolvemos vir embora. Era quase meio dia.

Bom......nequele pula pula dentro da agua, ninguem percebeu que se aproximara um bando de vacas com bezerros ainda novinhos. Pois ali era o bebedouro delas. Quando reolvemos sair, ai ai ai ai, uma vaca com um bezerrinho resolveu nos incomodar e partindo pra cima de nós, berrando e bufando feito o demonio, e, pra meu azar, ela resolveu partir pra cima de mim abandonando os outros amigos. E o pior que o bezerrinho corria na minha frente ao invés de sair do lado, pois eu havia mirado uma árvore próxima pra subir encima. Cara....pensa.....eu correndo pelo pasto pelado e a vaca dando bufadas na minha bunda.

Até que cheguei na bendita árvore e rapidamente subi nela peladão.

Os "amigos" fdps, dando risadas resolveram me sacanear e não levaram minha roupa pra mim, e a vaquinha danada não saia de baixo da árvore. E pior, o bezerrinho resolveu mamar ali embaixo mesmo.

Fiquei eu lá encima da árvore, peladão olhando a cena embaixo.

Gritar pros companheiros não adiantava, pois estava longe do local onde tomávamos banho. Bom. Resolvi esperar a boa vontade da danada pra eu ir embora.

Ela foi. Finalmente depois de uns vinte minutos ela foi embora. Resolvi então, esperar mais uns cinco minutos pra que ela se afastasse o suficiente pra eu sair na carreira até minhas roupas que haviam ficado encima da pedra. Meus amigos ja tinham ido embora, os sacanas.

Quando resolvo descer, ouço umas vozes, e entreabrindo as folhas, vejo as meninas e a avó delas se aproximando da árvore com umas cestas e um pano.

Eu quietinho resolvi me esconder e elas se aproximavm perigosamente da árvore, torcendo pra elas fazerem o que eu imaginava em outra árvore. quando elas se direcionaram pra minha .....pensei.....

- Não pode ser. Com tantas árvores..........

É isso mesmo que voces estão pensando. Não é que as maledetas resolveram fazer um pique-nique embaixo da árvore?

Pois bem. Resolvi ficar quietinho e esperar elas irem embora. Fui pro alto da árvore mais que pude.

Elas riam, contavam piadas, falavam dos namorados, e papo vai, papo vem, e eu torcendo pra nenhuma olhar pra cima.

Não é que a peste da Sandra, menininha de uns 7 aninhos resolveu olhar pra cima.

Olhou, olhou e eu tentando me esconder entre as folhas, e ela não se aguentou e cutucou a velha e falou:

- Olha vovó, que fruto estranho!

A velha olhou, colocou a mão encima do olho pra o raio de sol não atrapalhar, analisou, analisou e falou:

-Parece mamão macho.

E eu ja fiquei preocupado.

Começaram a tacar pedras, paus, tudo o que tinham direito tentando acertar a tal "fruta".

Caraca, tinha umas que passavam raspando.

Até que a infeliz da velha teve uma idéia.

- Pega aquela varona e cutuca.

Bom......não precisa contar mais nada né?

Desci igual ao vento daquela árvore e foi um esparramo de muié pra todo lado.

Resultado. O apelido de mamão macho ficou comigo até meus vinte e poucos anos.

Mas que as pedras e os pedaços de pau não me acertaram, não me acertaram. Nem o varão da "véia".

UFA!!!!!!!!!!!!!!!

Magrao
Enviado por Magrao em 03/07/2007
Reeditado em 03/07/2007
Código do texto: T550763
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