A bufa da Véia

Certo dia seu Dedé saiu de sua cidade natal e foi visitar uns parentes que moravam em outro Estado.
Sua mãe, dona Fulgência, sabendo que seu filho iria visitar os parentes, que também eram dela, resolveu mandar-lhes uma lembrancinha e implorou ao filho que levasse e entregasse ao destinatário somente quando todos os parentes estivessem reunidos, assim fez seu Dedé.
Chegando então ao destino, seu Dedé encontrou a parentada todo e logo organizaram uma festa de boas-vindas para o fim de semana que se aproximava, então comunicou aos parentes que ali estavam, que trazia uma lembrança de sua mãe, mas, que a mesma recomendou que só fosse entregue quando todos estivessem reunidos, então a festa seria uma boa ocasião.
No dia marcado para realização da festa, lá estavam todos reunidos e logicamente curiosos em saber o que dona Fulgência havia mandado de tão importante que requeria a presença de todos.
Então seu Dedé falou:
Primeiramente quero agradecer a calorosa acolhida e a presença de todos, saibam vocês que durante todos estes anos que ficamos sem nos ver, me fez refletir e cheguei a seguinte conclusão: “família é muito importante”, minha mãe também acha o mesmo! e por conta disso mandou lembranças para que vocês jamais se esqueçam dela, não sei bem o que ela quis dizer quando afirmou que ao abrir esse envelope, “que ela fez questão de só fosse aberto quando todos estivessem presentes e perto uns dos outros” vocês jamais iriam se esquecer dela e deste momento tão família, ela dizia sempre que cada um representava um pouco de sua vida...,
De repente alguém esbraveja ao fundo:
Ei Dedé, vamos deixar de saudosismo e abrir logo esse envelope, estamos curiosos e ansiosos.
Então está bem, vou pedir ao tio Lula que abra logo, afinal de contas foi destinado a ele, mas o presente é para todos.
Quando tio Lula abriu o envelope, “que diga-se de passagem, continha apenas um pequeno bilhete” exalou um mau cheiro dos diabos, parecia que tinha merda dentro do tal, foi um alvoroço só, era gente tossindo, espirrando e esfregando o nariz enquanto repetiam em coro “puta que pariu, a véia continua cagando em cima da gente mesmo morando tão longe. Véia cagona”.
Ao abrir o bilhete, nele estava escrito: “uma pequena lembrança da nossa doce infância, onde vocês me enchiam o saco dizendo que Fulgência rima com flatulência, então aí vai umas que guardei com carrinho para vocês”

Macapá –AP, 11/02/2016
Bert Noleto.

 
Bert Noleto
Enviado por Bert Noleto em 12/02/2016
Reeditado em 12/02/2016
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