Branca de neve e os 300 vilões

Certo dia, por pura pilhéria, um dos pilantras de Politicolândia perguntou: espelho meu, tem alguém aqui que não rouba tanto quanto eu?

Para o espanto do matreiro, o espelho respondeu que em Politicolândia havia Branca de Neve, que nunca roubava!

A notícia inacreditável se espalhou como fogo em mato seco, causando, no entanto, enorme descrença; como era possível que alguém vivendo em meio ao lamaçal de Politicolândia não roubasse, e permanesse limpo no meio de todo aquele lodo? Mas quando olharam para Branca de Neve perceberam que ela, de fato, ao contrário de todos eles, enlameados da cabeça aos pés, permanecia limpa e casta; um verdadeiro acinte! Como ousava tal criatura se manter acima de todos eles? Decidiram enlameá-la.

Então vasculharam seu passado, suas contas, bancárias, papéis de todos os tipos, ouviram suas conversas particulares e prometeram prêmios e benesses a qualquer um que pudesse provar denúncia contra ela, mas nada conseguiram encontrar que a desabonasse; crime imperdoável aos olhos daquelas criaturas da lama. Decidiram então expulsá-la de Politicolândia.

Foi encarregada de denunciá-la a Bruxa Malvada, criatura com poderes sobrenaturais, que organizou um sabá malévolo para realizar seu feitiço. Em meio a uma multidão inebriada, a Bruxa rodopiou seu manto mágico por sobre a cabeça criando um turbilhão do qual brotavam entidades malévolas que a incorporavam. Possuída, a Bruxa trovejou cobras e lagartos, pintando Branca de Neve em um colorido aterrador, enfeitiçando os ouvintes com vitupérios histriônicos, fazendo-os crer estar a ouvir fortíssima acusação, embora nenhuma houvesse.

Finda a acusação, procedeu-se o julgamento da cândida Branca de Neve. Nunca se viu bando jurados tão cobiçosos por uma condenação...

...a continuar...

(Outra hora eu conto também a história do Gargamel querendo pegar a Smurfete).

Essa história está mais bonitinha aqui, com figurinhas:

http://jornalggn.com.br/fora-pauta/branca-de-neve-e-os-300-viloes