Pesadelo

Alguns nunca tiveram. Outros raramente. Eu tenho. E tenho frequentemente. Já houve noite de ter três vezes e se não me acordarem acho que morro.

Meus pesadelos são sempre sendo assaltado ou correndo de trombadinhas e cheira cola. Não tem jeito, vez por outra lá estou eu sendo acordado gritando socorro.

Uma vez, veraneando em Enseada dos Corais, praia da zona sul da região metropolitana do Recife, dormíamos num quarto eu, minha esposa, minha filha caçula e um irmão. Comecei a gritar: socorro, socorro! Minha mulher gritava: Massilon, Massilon. Minha filha na cama ao lado também gritava: acorda ele mainha, acorda ele. Meu irmão em outra cama, gritava também: Massilon, acorda. Massilon acorda. Nessas situações eu só acordo se me balançarem, chacoalharem. Aí minha esposa chacoalhou e eu acordei, juntamente com o resto da casa toda.

Outra vez foi engraçado. Todos meus familiares sabem desses meus pesadelos. Estávamos em Caruaru, no mês de junho e após uma noite de forró, permaneci dormindo enquanto todos se acordaram e foram para a cozinha. Eu já acordado, mas espreguiçando na cama, ouvi alguém bater na porta. Como o pessoal estava lá atrás e eu não queria levantar ainda, chamei minha esposa: Socorro, Socorro! Esse é o nome dela. Vieram todos em disparada para o quarto e uníssonos disseram: acorda Massilon. Eu sorrindo respondi: tô acordado é que tem gente batendo aí fora.

Pior foi em Londrina para onde viajei com meu compadre. Nos hospedamos em um hotel, em apartamento duplo. A noite saímos para a farra e ao voltar nos recolhemos para dormir. Lá prás tantas, me vem o pesadelo e eu começo a gritar: socorro, socorro! Meu compadre acordou-se e falava: Massilon, Massilon! Acorda. Eu via e ouvia ele, mas não conseguia acordar. Só se me sacudisse. Então, mesmo dormindo, eu dizia: bate em mim, bate em mim. E ele Massilon, Massilon acorda. E eu repetindo: bate em mim, bate em mim. Por fim ele entendeu e levantando-se de sua cama me empurrou. Eu acordei e contei do meu problema. No outro dia foi a maior gozação com os colegas. Ele disse que eu era Masoquista, porque estava sonhando fazendo sexo com minha esposa, que se chama Socorro, e dizia: Socorro, bate em mim, bate em mim.

Não posso dormir só. Quando estou só, cochilo com a TV ligada e eu ligado para não adormecer.