= A vida como ela é... =

No começo era assim, dizem...

Noite estrelada.

Uma suave brisa embalava as rosas no jardim.

Um casal de pombinhos, românticos, amorosos, namorava na janela.

Dizia ela: - Olhe amor, que lua cheia mais linda!

Dizia ele: - Fui eu quem a chamou pra te homenagear, querida!

Somente a lua pra chegar perto dos seus encantos tantos!

E ficaram lá no maior chamego, entre muitos beijos e ousadas e abusadas carícias.

Trinta anos se passaram...

Noite escura.

Um forte vento agita o jardim. Que agora é pura erva daninha e capim.

Os pombinhos de outrora viraram mamíferos agora.

Ele está mais pra um rinoceronte , ela pra uma hipopótama. Ou vice-versa.

Pra não dizerem que é exagero, falam que ela vira de lado pra passar nas portas.

Ele também.

Sozinha na janela ela suspira ao ver a lua minguante que saiu por instantes de trás das pesadas nuvens.

Diz ela: - Vem ver véio, que luinha fininha mais bela! Vem logo, seu morto!

Ele na cama, esparramado feito um sapo, com o pijama que não troca faz uma semana, todo sujo de ovo e molho de tomate, metade da pança imensa de fora, coçando o umbigo, responde entre mau humorado e azedo, torto:

[Romantismo nem no dicionário da casa existe mais].

- Quero ver lua o cacete! Não está vendo que vai chover, sua besta!

Fecha essa merda de janela logo e vem dormir! E vê se não ronca, sua porca!

Ela toda chorosa: - Ahhhh, Deus me livre viu!!! Ogro!!! Vá pra ponte que partiu!!!

*Adaptado de uma velha piada.

= Roberto Coradini { bp } =

18//02//2017

BETO bp
Enviado por BETO bp em 18/02/2017
Reeditado em 20/02/2017
Código do texto: T5916629
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.