Prosa e Verso
"o celulá e o zapiá"
To notando de um certo pra cá
Qui ocê ta di cabeça baxa só qué zapiá
Não espia mais nem na porta
Si qué tem vontade de proziá
As veiz mi pergunto pra mim, é
Farta di custume ou os tempo ta perto do fim
Nessa tar di modernidade como é qui faiz
Será qui to atrasado e ficando pra traiz
Tão inventano umas coisa isquisita
Qui o povo parece qui tão tudo doido
Os guri de hoje não sabi mais nem brincá
Os pais da um celula e eles já pega zapiá
Os namoros de antigamente era bem diferente
Os rapaiz na sala e as moças todas sorridente
Pelo buraco da fechadura, contente espiano
Hoje ta tudo mais fácil é só no zapiano
Mais como tá tudo mesmo muito mudado
Até os véi de hoje vive no zap grudado
As discurpa que eles inventam é pra esta antenado
Logo aprendem a usa o zap e diz estar informado
Tudo o quanto é canto, lugá, onde quer que eu vá
Tem sempre alguém ou um monte de gente no celulá
Ninguém presta mais atenção em nada, nem acolá
Tão perdendo a noção do tempo devido ao tar do zapiá
Pra caba di cuncerta os homi num deixa mais as unha cresce
Arrumam discurpa, mais a verdade é pra no celulá pode mexe
Discurpa pra lá, pra cá, mais é pra não arranha, a tela do celulá
I os dedo o dia intero na tela a escurregá
Acredito qui aqueles tempo bão nunca mais a di vortá
É as munhé, os homi os guri tudo invorvido com o tar zapiá
Das modernidade só tem uma que acredito nunca vai caba
Enquanto avê um caipira que não sabe usar u tar do celulá.
Autor
Gilmar Antonio