AS FAVAS COM O DIREITO PENAL.

Sabe aqueles dias em que você acorda, querendo ficar na cama, não um pouco, se possível um longo tempo.

Fazia bastante tempo que não sentia essa preguiça, até as conversas vindas da sala atacam meus ouvidos como um barulho três vezes maior que o real.

Puxo o cobertor sobre a cabeça, tentando abafar. Olho devagar para o relógio, para não me assustar com a rapidez que esses malditos ponteiros se movem. Levanto só a metade do cobertor que cobre o rosto, como se isso fizesse com que o relógio também me mostrasse a metade do tempo que já havia passado. Que nada, O tic-tac é imperdoável. Te sacode com uma força descomunal : LEVANTA e dar continuidade a tua vida de ser humano (parafraseando o imperador filósofo Marco Aurelio ). É tenho mesmo que sair dos lençóis. Lembrei, tenho aula. Veja só o que fui inventar. Ontem mesmo meu amigo, coronel Feitosa, companheiro de fé e porres imemoraveis, me disse: só mesmo você pra inventar essa história de sala de aula. Cada dia me surpreende. Eu mesmo é que não vou pra isso.

E eu fui.

Mas hoje estou de saco cheio. Levanto devagar, como se tivesse todo o tempo do mundo. Coloco o chuveiro no modo quente. Deixo a água escorrer pelo corpo. Vou terminando de acordar. Desligo, entro no closet, abro a porta, fico olhando as roupas penduradas e lembrando as histórias que cada uma delas viveu comigo. Umas engraçadas ,outras bem, é melhor deixar quieto, como dizem os tocantinense.

Vou para o quarto. Olho para o relógio na parede. Olho para a cama.

Sabe de uma coisa: as favas com o Direito Penal. Vou cumprir minha sentença na minha cama.

Felix Chaves
Enviado por Felix Chaves em 31/08/2017
Reeditado em 27/10/2017
Código do texto: T6100005
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