UM SONHO ACORDADO DE PRIMAVERA

UM SONHO ACORDADO DE PRIMAVERA

A história descrita aqui é balizada sobre fatos reais do cotidiano de um ex-motoboy o qual por um curto período de tempo exerceu a profissão de entrega, (alimentos, medicamentos, acessórios de pequeno porte, tudo o que cabia no baú). Este ex-motoboy tendo em vista a sua identidade preservada solicitou ao redator deste texto, que não o fosse identificado, tendo em vista a sua integridade, o chamaremos nesta história de Jeferson.

O pseudo Jeferson é um rapaz com aproximadamente 24 anos de idade, uma estatura de 1,78m e aproximadamente 70kg, olhos castanhos, cabelo escuro, pele branca. Jeferson conta que já exerceu diferentes ofícios, iniciando como ajudante de pedreiro a funileiro, pintor, açougueiro, ponta de caixa, motoboy, e atualmente se encontra em uma empresa de encanamentos hidráulico.

Após esta sucinta descrição do nosso ex-motoboy, vamos aos fatos ocorridos acerca de seis meses atrás (contada à data atual), Jeferson relata que no período estava desempregado havia saído do açougue que então trabalhava, o qual segundo ele era uma vida de (cachorro), o mesmo após três messes de serviço pediu a sua demissão. Passaram se as semanas e nada de um novo emprego, até que “viu” nos classificados da cidade (união da vitória-PR) que estavam contratando motoboy sem experiência, Jeferson se interessou pela “proposta”.

Como Jeferson possui uma moto Suzuki 125cc se prontificou a trabalhar no ofício o qual por sinal não tinha nenhuma experiência, nem mesmo o conhecimento das ruas da cidade. Tão logo ele deixou seu currículo na empresa (respeitando os direitos autorais não descreveremos o nome do empregador). Foi contratado, e as entregas começaram Jeferson nos descreve que era “complicado exercer no começo a atividade, levava tempo até encontrar os primeiros endereços”, mas aos poucos ganhou confiança, e a moto em suas mãos era como segundo ele: (um sorvete no verão só escorregando para atingir a meta).

Após dois meses de entrega e muitos infortúnios no caminho, a vida de motoboy parecia próspera e agradável para o momento, não se deixando abater por motivos de dar 5 ou 7 voltas na mesma quadra para encontrar o endereço da entrega. Então percebendo a habilidade que vinha adquirindo o motoboy (Jeferson), o dono da empresa fez uma proposta generosa ao nosso motoboy (de trabalhar no moto-taxi) Jeferson como bom brasileiro fez as conta de cabeça e topou, ganharia $10,00 reais a mais por corrida, e livre de combustível e óleo da motocicleta.

Assim como na entrega de alimentos e medicamentos o caro Jeferson ganhou habilidade rapidamente, tendo como um gozo a vida de profissional de entrega e de taxi (moto-taxi). No entanto quando chegamos a este ponto da conversa Jeferson ficou abatido, solicitou um intervalo para beber uma água, pois os fatos a seguir relatados chamam a atenção tanto a nós, como imaginamos a de nossos leitores.

Jeferson mais calmo e apaziguado relata da seguinte maneira. Era uma terça feira de tarde, fim de tarde, havia feito duas entregas aquele dia, e saído conversar com um colega de curso do SESI-SENAI o Jhony, cursamos juntos o curso de almoxarifado, era um curso fora de série, conta sorridente... Não entendemos bem o porquê do riso, mas em fim prossigamos. Jeferson conta que a pós a conversa com o suposto Jhony retornou para casa, assistiu um pouco de televisão, como de costume a novela do SBT (gostava de acompanhar a telenovela mexicana rubi).

O celular começa a vibrar no bolso eram 19h00minh, ele descreve: a secretaria da empresa avisa, Jeferson há uma corrida para você, no moto-taxi, você faz? Jeferson pergunta o destino. A secretaria diz, é do bairro Lageado a entrada do bairro Limeira,... Jeferson olha o tempo pela janela uma noite estrelada, bonita de primavera, e diz que, sim faria, anota rapidamente os dados da corrida (segundo ele a corrida mais assombrada que podia ter).

Por volta das 19h40minh ele liga sua motocicleta a Suzuki 125cc, que recém passará por uma manutenção, mas tão breve ligou a moto morreu não saía da garagem nem a (pau nos conta Jeferson). Ao lado de sua moto a de seu pai uma cg 125cc até em bom estado, sem avisar o seu pai e com pressa pega a moto “emprestada” coloca o capacete Duran-duran capacete novo e leva mais um para a suposta(o) passageira-(o), como marcado vai ao bairro Lageado, confere o ponto de referência, próximo ao bar da onça-vermelha. Estaciona a moto e observa ao redor, tudo muito escuro (apenas o letreiro do bar piscava era um vermelho bem reluzente), quando do meio daquele breu surge uma mulher (parecia uma mulher). Com um corpo protuberante, Jeferson diz ter se assustado, mas serviço é serviço, entregou o capacete à moça... que logo sentou na moto (atrás).

Jeferson conta que a frente da moto ergueu e a traseira baixou, era um “peso do cacete, parecia algo sobre-humano que houvera subido na moto”. Mas resolveu encarar a parada, orientou a mulher a segurar na cintura dele, pois o terreno era de estrada de chão até atingir o asfalto, dois km à frente, a mulher o abraçou com tamanha força/medo que segundo ele o pão do café da manha estava quase sendo regozijado.

Passado o percurso de estrada de chão agora no asfalto, percebeu pelos vitrais das lojas que a moto estava desnivelada, era como uma gangorra o desenho da frente e da parte de trás da moto, quando passava em uma lombada era de sentir o pneu raspar o para-lama, o amortecedor estava no máximo de seu suporte, comprimido igual sardinha. Jeferson desabafa que o pior momento foi quando na chega do destino final teve de acelerar a moto de fazer o motor “cuspir óleo pelo escapamento” esguelei o motor relata em suas palavras, a ladeira era íngreme quase de (pé).

A moto em primeira quase morreu isso o giro do motor quase no ultimo, a moto não gritava, e sim berrava como uma abelha quando entra em nosso ouvido, palavras do próprio Jeferson. Quando subiu o morro, a moça cutucou em baixo de suas costelas “é lá àquela rua ao final da descida”, prontamente Jeferson imbicou a moto ladeira abaixo, o peso estrondoso atrás fez com que a moto disparasse ladeira abaixo, o freio certamente ficou vermelho, fala com uma face de desanimo nosso colega, quase no fim da ladeira ele diz que não percebeu uma lombada a qual pulou, foi um “coice” o pulo, “senti o pneu comer o para-lama, e o amortecedor como do nada começou a vazar (havia estourado).”

A cliente quase comprimiu nosso motoqueiro contra o tanque da motocicleta, relata Jeferson, que chegou sentir o cheiro da gasolina de tanto que foi amassado. Estacionou a moto rapidamente após o pulo da lombada. A cliente revoltada chingou o nosso motoboy de idiota, maluco, motoboy meia tigela, e tantas outras ofensas, que não cabem ao relato. Jeferson bravo retornou direto a sua casa, quando chegando a casa percebeu que o pneu estava furado e o amortecedor estourado, já o escapamento semelhante um vagalume de aquecido.

Com um rosto de desanimo ele não sabia bem se era um sonho ou pesadelo ou pura realidade o que contara, mas temos que foi real, pois seus supostos colegas confirmaram a veracidade dos fatos narrados, Jeferson gastou o pagamento do mês seguinte para arrumar a moto de seu pai, e logo pediu a conta em seu emprego de motoboy. Atualmente o pseudo Jeferson está bem sucedido em seu emprego, e estudando em uma renomada universidade, tendo apenas “vagas” recordações do passado, em especial desse episódio que foi para ele uma aventura no escuro.

asterix
Enviado por asterix em 03/11/2017
Reeditado em 13/12/2017
Código do texto: T6161223
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