Palavra II

DA SÉRIE: PERSONIFICAÇÕES

PALAVRA (I)

A personificação da palavra (o que cada coisa é em relação a ela):

A ambiguidade é a bipolaridade;

O segredo é o aprisionamento;

A mudez é a morte;

A reserva é o recato;

O mistério é a introspecção;

A conversa é a expressão;

O diálogo é o exercício refinado;

A falta de inspiração é a amnésia;

A fofoca é a vulgarização;

A tagarelice é o esbanjamento;

A Bíblia é o templo;

O dicionário é a morada;

O gibi é a escolinha;

O livro é a universidade;

A enciclopédia é o oceano;

A agenda é o escritório;

O anedotário é o parque de diversões;

O catálogo é o clube social;

O cardápio é o restaurante;

A carta de amor é o motel;

O bilhete é a rua;

A receita médica é o consultório;

O ditado escolar é a oficina mecânica;

O código disciplinar é o quartel do exército;

O manifesto é o palanque;

O termo de confidencialidade é o confessionário;

A lei é o tribunal;

A internet limitada é a rodoviária;

A internet ilimitada é o aeroporto;

O escritor é o obstetra e alimentador;

O leitor é o reconhecedor;

O professor é o protetor e cuidador;

O orador em início de carreira é o vendedor;

O palestrante renomado é o agiota;

A frase é a modéstia;

O período é a perda de timidez;

O parágrafo é a empolgação;

O texto é o embevecimento;

O capítulo é o êxtase;

O livro é o orgasmo;

A enciclopédia é o orgasmo múltiplo;

A poesia é a exaltação;

A prosa é a fluidez;

O romance é a beleza;

A crônica é a desenvoltura;

O conto é o suspense;

A música é o movimento;

O humor é a leveza

O teatro é a representação;

O cinema mudo é o desejo reprimido;

O cinema falado é glamourização;

A televisão é o coloquialismo;

A escola é a ginástica;

O jornal é o adestramento;

A imprensa marrom é o desapreço;

A imprensa chapa-branca é a bajulação;

O Congresso Nacional é a manipulação;

O escritório de advocacia é a adaptação;

O Poder Judiciário é a eloquência;

A ABL é a exacerbação;

A mentira é a corrupção;

A verdade é a dignificação;

A versão é a embriaguez;

A dúvida é a crise existencial;

A certeza é a reabilitação;

O erro é o desleixo;

O acerto é o apuro;

A erudição é a soberba;

A compreensão é a humildade;

A ignorância é o espancamento;

O silêncio é a ausência;

O palavrório é a banalização;

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

Abril de 2018

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 09/06/2018
Reeditado em 23/06/2018
Código do texto: T6359429
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