Férias Frustradas da Família Farofa

Chega essa época de férias e olho as propagandas da operadora turística: um dia em Roma, um dia em Barcelona, um em Londres, outro em Paris. Só se for o super-homem para dar conta: "Cheguei, alá a torre Eiffel, olha o Big-Ben". Lembra daquele filme "Férias frustradas da família", em que o "herói" aluga um carro em Londres , não consegue sair do balão e passam dez vezes pelo mesmo lugar; no hotel só tem comida congelada e a tv a cabo só um canal. Realmente é uma ilusão; minha sogra diz que para conhecer a Itália, menos de um mês é pouco e, olha que ela nasceu lá e não conhece tudo. Imagine um dia...A maioria das pessoas não poderão conhecer o mundo; sobram esses pacotes...para você ter o que falar aos amigos.

A expressão transatlântico significava atravessar o Atlântico; as mulheres usavam aquelas roupas e chapéus, como no Titanic; levavam baús com a casa inteira e era uma coisa de ricaços; os de hoje parecem um prédio de apartamentos; tornou-se mais acessivel; sair de Santos e ir até Búzios não é cruzeiro, mes desculpe...

Eu também já passei por esses perrengues, pois na época era moda "ficar junto à natureza" e acampávamos, às vezes sem banheiro, banho de canequinha no rio. E quando batia aquele pé de vento, a barraca saía voando literalmente, se não segurássemos e, se chovesse? Mas a pescaria era legal e compensava comer tudo com areia no meio...shhhh! bate o vento e o pão fica com areia, o leite com areia, a comida com areia, kkkk! E lá vem aquela mutuca ( um mosquitão que suga seu sangue, fora os pernilongos minúsculos. Mas a beleza do contato com a Natureza compensava o vermelhão nas costas.

E ninguém tinha celular e internet; graças a Deus. E nem tinha tv com Silvio Santos, ótimo! Só que um lá pegou um carrinho de feira, pendurou na barraca e conseguiu ligar na bateria do carro a TV. O vizinho de barraca ouvia um LP do Juca Chaves no último volume, aí confraternizávamos com os vizinhos, mas bateu uma chuva, todo mundo sumia...

Por essas e outras, nessa época, lembro de ler o livro "viajo à roda do meu quarto". Na imaginação é menos sofrido,kkkkk!