AS AVENTURAS DE ZE LARGARTO

Para minhas filhas

Aline

Livia

e minha esposa Nilsa

Ze largarto era um vizinho muito do incomodo, que o diga a

D. Licinha moradora da casa que ficava no primeiro andar.

Ze largarto tinha o péssimo defeito de viver trocando de quando em vez os moveis de lugar, pra desespero da D Licinha que sempre tinha o seu sagrado sono interrompido pelas arrumações daquele desinfeliz

O fi daquela que ronca e fuça,ja começou a movimentação la em cima e eu não consigo dormir, dizia D Licinha e logo em seguida, ela dava umas pancadas no teto da casa, para que aquele fi du cabrunco entendesse que a incomodava.

Mas como se sabe, Ze Largarto era surdo como uma porta, ou se fazia de surdo.

E as tais arrumações continuavam...

Esse fi duma eguá não vai dormir hoje não ?

perguntava aflita D, Licinha aos demais membros da sua família.

Dai a pouco tudo era calma, mas ja era madrugada e a pobre vizinha tinha que trabalhar no outro dia bem cedinho.

Ate que um belo dia, os barulhos cessaram como por encanto e mais tarde, para alivio de todos, o morador inoportuno, na calada da noite foi s'imbora.

Mas vocês ainda irão ouvir falar do Ze largarto, pois o mesmo se mudou sabe pra onde ?

Pra uma casinha nova que havia sido construída sobre a casa do Binindito Goronante. Bem, mais ai ja e outra historia...

ZE LARGARTO X BININDITO GORONANTE

Foi assim, que naquele dia eles chegaram e logo ocuparam a casinha que ficava sobre a casa do nosso amigo Binindito Goronante.

Ze largato veio de mala e cuia e trouxe a família que era composta por ele, a D Lagartixa e o filho, o Chico calango. E naquela noite, começaram as tais arrumações.

Arrasta pra la, arrasta pra ca e assim foi ate a madrugada.E o Binindito se desesperava:

-Eita qui ieu num to gostanu des vizinhu nao, qui baruiera dus infernu uai...

_Carma hom, eis tao arrumanu us movi daqui um mucadin eis fica quetu, oce vai ve...respondeu D Zefa la do quarto do casal.

Como por encanto a barulhada cessou e todos foram dormir.

Binindito Goronante acordou bem cedinho e foi pra roça onde cuidava de uma plantaçao de milho e cafe deixando em casa D Zefa e os dois filhos pequenos que mais tarde iriam para a escola.

Retornou quase as 18 hs ,tomou cafe enquanto esperava o jantar, sentou se no alpendre fumando um cigarro de palha e pensando na vida.

La no terraço onde ficava a pequena casa que construira, Ze largato começa a mudar os moveis , fazendo uma barulheira danada...

-Eita qui u disinfilis ja cumesso cas rumaçao es disgramado num faz otra coisa na vida, carque dia ieu cunvidu u cumpadi Artino Anterms por modi ca queli seu facao buta es fi duma egua pra fora daqui..

.ARTINO ANTERMS

Nao e que ele veio mesmo, o compadre Artino Anterms no outro dia bem cedinho, bateu palmas no portao e foi recebido pelo amigo Binindito que ja se preparava pra ir pra lida naquela manha.

_Ora si num e u meu cumpadi Artino Anterms que veiu mi visita.

Quem e vivo sempre aparece...

_Dia cumpadi Bininditu, ieu to vino la da nossa Lima Duarti i passei aqui por modi da um dedo di prosa c’osseis .

Pos antao cumpadi, cumu vai as moda ?

_E cumpadi Binditu, ieu vim visita a minha fia a Maria Cumbaca qui mora la in riba dispois qui caso cu Mane varredo, qui trabaiava la na prufeitura, oce si alembra deli num sin alembra ?

_Craro qui ieu si mi alembro, num e aqueli fi du Jao Vermeio?

D Zefa neste momento chama o cumpadre e o marido pro cafe.

_Eita hom, larga di prosa i trais u cumpadi por modi tuma u cafe, qui ta quentin uai.

Em seguida depois do cafe, Artino Anterms se despede agradecendo aos conterraneos e prometendo voltar outro dia.

Como do do nada aparecia, Ze largato se foi, nao se sabe pra onde.

Mas cuidado ai voce que tem um comodo desocupado ai no terraço. Voce podera passar maus momentos ai com a sua família, Ze largarto continua a procurar um lugar pra morar e este lugar pode ser a sua casa

FIM