DEIXAR OU NÃO.

- Deixa eu pôr, vai...

- Nada disso.

- Por quê? Eu garanto que não vai doer nada.

- Isso é o que todos dizem na primeira vez.

- Olha, eu juro que empurro bem devagar. Você não vai sentir entrar.

- Não? Olha só o tamanho da coisa!

- Não tema o tamanho, porque eu não costumo introduzir tudo. Basta a metade para injetar o líquido e quando ele se espalhar, você sentirá uma paz, uma tranqüilidade nunca antes sentida.

- Já disse que não.

- Não seja cabeça dura, você precisa disso urgente.

- Não se trata de ser cabeça dura, é que vai sangrar.

- Vai não, eu asseguro.

- Como você vai fazer?

- Assim, veja: eu tateio o lugar com o dedo, levanto o instrumento, ajeito a ponta, empurro devagarzinho, suavemente, você relaxa e quando se der conta já estará, dentro de você, a ponta liberando o líquido.

- Será que eu vou agüentar?

- Vai sim. Eu não costumo ser bruto nesses momentos. Sei o quanto é difícil para uma mulher a primeira espetada.

- Então vai. Empurra essa agulha na minha veia e aplica logo essa injeção de calmante.

05/11/05.