O Travesseiro que SABIA DEMAIS

Não era uma marca. Aquele era o seu NOME. E isso era uma grande responsabilidade, que na verdade vinha como resultado dos seus superpoderes.

Que fique claro, vale repetir, que esse era o seu nome e não uma marca: MADIL.

Sua proprietária carinhosamente lhe vestia de vermelho desde sua compra.

Deu-lhe esse nome com muito carinho (coisa emocionante!), pois, invertendo-se as sílabas de “DILMA” teve origem o nome de MADIL.

Na condição de Primeira Dama da República, essa era uma nobre tarefa exercida pelo travesseiro (ou “travesseira, não importa o gênero) que se chamava MADIL, que privava da confiança e ouvia os desabafos da presidenta.

Sim, tudo aquilo que lhe foi dito em confidência ficou enfronhado em suas entranhas.

MADIL, a Primeira Dama, acompanhou os melhores e os piores momentos da presidenta até o impeachment doloroso em 2016.

Compartilhou os sonhos alegres e suportou os pesadelos da presidenta.

MADIL foi testemunha de euforias e nesses momentos foi graciosamente jogado na parede e chamado de lagartixa.

Banhou-se de lágrimas de alegria e de tristeza, com segredos inimagináveis sendo desabafados através de cada fronha macia.

Não! MADIL jamais foi considerado algo corriqueiro como os demais confortáveis componentes daquele aconchego presidencial em que todas as pressões diárias eram atenuadas.

MADIL não falava, mas na linguagem da maciez e do conforto representou bem a sua função de Primeira Dama da República.

Não pense em MADIL como uma marca de travesseiro.

Pense que foi através de uma cabeça nele reclinada que surgiram ideias para discursos famosos que depois foram proferidos.

Hoje, MADIL quase não tem mais aquela cabeça repousada sobre si.

Tchau, querida!