já fui presidente

Já fui presidente

Vou transportar-me à minha querida Jaú, por volta dos meus 14 anos, aluno do Instituto de Educação, do que seria hoje a quarta série do segundo grau.

Fui convidado por alguns dos meus professores a concorrer em uma chapa para presidente do Centro Cívico da escola. Eu aceitei não só pela presença em destaque no hasteamento à bandeira todas as sextas - feiras na frente da escola como também me renderia certamente alguns pontos com as garotas, além do meu sentimento de civilidade é claro.

Para ser o meu oponente concorrendo pela outra chapa foi escolhido o Fernando Arruda. O Fernando não era propriamente o que poderíamos chamar de meu amigo.

Houve um dia em que tivemos um entrevero na sala de aula que resultou num clássico “me espere lá fora”, em uma das raras oportunidades em que chamei alguém para brigar.

Este caso foi interessante, mas fica na fila de temas a serem desenvolvidos nas próximas historinhas a escrever.

Voltando à eleição, os dois candidatos tinham direito de formar um diretório eleitoral e a percorrer as salas nos três períodos, apresentando as suas propostas de governo. Essa foi uma a melhor parte.

Eu andava pela escola como se fosse um Senador da república, distribuindo santinho e tchauzinho para todo mundo.

Eu fazia um estilo mais de moleque, enquanto o Fernando era mais no estilo que definimos hoje como “mauricinho”.

Se fizermos um paralelo com os candidatos à casa branca, devo dizer que eu estaria mais enquadrado a representar o papel do Bush, infelizmente. Mas enfim, sem a pretensão de alterar as pesquisas ou influenciar o resultado pela corrida à casa branca, a verdade é que eu venci a disputa com boa margem.

É claro que ser filho de um professor tão respeitado na escola como era o papai, me rendeu alguns votos na peleja.

Isto posto, ainda naquela semana, eu já fui empossado no cargo, gozando de toda a glória, prestígio e benefícios decorrentes da presidência.

Mas o meu maior presente foi perceber o sentimento de orgulho do papai pela vinha vitória.

Luiz A. G. Peixoto – Em: “Minhas Memórias”

luiz peixoto
Enviado por luiz peixoto em 10/11/2005
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