DOS MALES, O MENOR

Quantas vezes você já se queixou de alguma coisa ruim que lhe aconteceu? Mas em certas circunstâncias, a coisa ruim se torna dos males o menor. Se não, vejamos esta pequena história acontecida em uma favela qualquer. Dijalmão, criolão de 2,06 cm de altura, pesando l40 kg, estava no seu barraco, sentado tranquilamente em um banquinho, limpando as unhas das mãos com uma faca pontiaguda. Ele era uma espécie de faz tudo, para uma quadrilha de traficantes. Lá pelas tantas, batem na porta do barraco, dois homens arrastando um outro, com as mãos e os pés amarrados e falam o seguinte: Dijalmão, o chefe disse para tu dar uma enrabadinha neste cara, que ele andou dando umas piadinhas para as meninas lá na quadra da escola de samba. Tudo bem, joga o cara aí no canto, disse. Passaram alguns minutos, o prisioneiro falou: seu Dijalmão, não faça isso comigo, o senhor vai me arruinar todo. Cala a tua boca, safado, retrucou. Uma hora depois, volta os dois homens, arrastando outro cara e dão o seguinte recado: Dijalmão, o chefe disse, pra tu cortar as mãos e furar os olhos deste cara, porque ele andou se passando com a irmã do chefe. Tudo bem, joga ele aí, disse. Nesta altura, Dijalmão já estava cortando e limpando as unhas dos pés. No cair da tarde, volta os dois caras com outro prisioneiro amarrado e jogam dentro do barraco, dizendo: O chefe disse pra tu cortar o pinto deste cara, porque ele andou mostrando as coisas para a mulher do chefe. Ok joga ele em cima dos outros dois. Reinava uma angústia danada dentro do barraco. Dijalmão se levanta e começa a afiar sua faca numa pedra, quando primeiro prisioneiro que chegou, fala: Dá licença seu Dijalmão. Que que tu quer cara. Ai o prisioneiro em desespero de causa diz: Não, é só pra lembrar o senhor, que eu sou o da enrabadinha.

Concordam ou não com o título desta história?

Aureo Marins
Enviado por Aureo Marins em 20/10/2007
Código do texto: T701745