O cheirinho do meu café

Falo a verdade e aqui não é besteira

A água no fogo, crepitando na chaleira

Logo o aroma espalha-se pela casa inteira

Fazendo o vizinho dar bom dia quando volta da feira

E à porta vislumbrando a cidade, sorvo o café

Ajeito a camiseta, a cinta e o boné

Ali na rua onde passa o senhor Aimoré

Vai sorrindo a todos, “pros rapais e pras muié”

Uns veem à minha porta me pedir um gole

Dou um pouco só, para não dar mole

Se não vou passar café pra toda a prole

Já estou a mil e ninguém que me console

Nessa cidade caipira onde até professor fala errado

Dizem que somos assim mesmo, levados como gado

Mas aqui estou novamente e de bom grado

Passando mais café, dessa vez um pouco aguado

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 13/03/2021
Reeditado em 29/03/2021
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