Repensando

Sr. Manoel era um português proprietário de uma mercearia, estabelecimento comercial de bairro, onde se comprava gêneros alimentícios, bebidas, miudezas, etc. Naquele tempo comprava-se durante todo o mês e ao final pagava-se, sem nota promissória, duplicata ou boleto, era tudo anotado na “caderneta”. Não perdia um centavo.

Num final do ano, seu Manoel adquiriu 50 queijos do reino para vender para sua clientela. Todos compravam na caderneta. No final do mês, fazendo o balanço dos queijos vendidos, notou a falta de um. O ajudante dele se lembrou que alguém comprou dois queijos e não havia nenhum com dois anotados. Ora se todos foram vendidos na caderneta e faltava um ser anotado, não teve a menor dúvida, entre aqueles que compraram, acrescentou mais um queijo para cada. Se algum reclamasse, ele se desculparia e estornava e “o” ou “os” que não reclamasse ficaria como estava. Ao final lucrou 3 queijos dos que não conferiam a conta.

Seu Manoel tinha um ajudante, um garoto, gordinho, conhecido por Pedrinho, porque seu pai era Pedro. Também o chamavam Pedrão por ser gordo, tinham outros que o chamavam “Peidão”. Acontece que, Pedrinho, sofria de flatulência, gases, mais comumente conhecido de “peido”, daí o apelido. Seu Manoel já estava incomodado com os peidos do garoto, alguns o denunciavam pelo som característico que saía do orifício anal, outros pelo odor insuportável que exalava na mercearia inteira, por vezes afastando os fregueses. Então ele teve uma ideia. Chamou o garoto em um canto e disse-lhe: Ô Pedrinho quando tiveres vontade de soltar um dos teus “peidos”, faz o seguinte: Vais até a calçada, soltas lá e voltas ao trabalho, correto? O garoto meio chateado concordou, tá certo seu Manoel.

No outro dia a mercearia com bom movimento, Pedrinho sentiu aquela vontade e lembrou-se do que havia dito o patrão. Imediatamente falou para ele: Vou ali fora e volto já. Seu Manoel respondeu: tudo bem. Pedrinho correu soltou não só um, mas dois seguidos e correu imediatamente para dentro da mercearia. Acontece que os gases para furar a barreira do calção, que Pedrinho não usava cueca, a calça, isso demandava um tempo e só conseguiu libertar-se quando já havia adentrado o estabelecimento. Os gases expandiram-se e tomaram todo interior da mercearia, fazendo com que os clientes saíssem em disparada. Seu Manoel, imediatamente chamou Pedrinho e disse-lhe: Pedrinho, pensando bem, quando tiveres vontade de soltar teus peidos, solta-os aqui dentro e corres imediatamente lá pra fora.

Pedrinho saiu resmungando: esse português não sabe o que quer.

Massilon Gomes
Enviado por Massilon Gomes em 10/05/2021
Reeditado em 10/05/2021
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