Cara, misericórdia, vê se acerta esta flecha...

 

A última que você arrumou

Usava duas mechas

Uma verde e outra amarela

Só faltava tocar a vuvuzela

 

Como vou apresentar a moça pra sociedade

Falando “trabisseiro”, “bassoura”, “tô com sardade”

Bebe vinho barato e ainda exclama: “por Baco!”

E pelo cheiro, desodorante passou longe do sovaco

 

Tudo bem que não sou nenhum Tom Cruise

Mas uma delas parecia mais uma avestruz

Meio bicuda e me olhava de soslaio

Acho que é só isso que eu atraio

 

A outra usava uma colorida touca

No restaurante, comia sem limpar a boca

Falava pelos cotovelos sem dar chance a você

Parecia ter engolido um CD

 

A outra, se achando moderna, dividiu a conta

Mas era tão boba, tão tonta

Que quase pedi para pagar tudo

Displicentemente, saiu do restaurante mastigando um canudo

 

Outra veio de batom roxo e era desbocada

Não sabia conjugar verbos, uma perfeita abobada

Não sou tão culto e inteligente

Mas um pouco de cultura é bom pra gente

 

Falava “a gente vamos” , e achava tudo certo

Eu a escondia das pessoas que passavam por perto

Sou do tipo que sinto vergonha pela pessoa

Quando é burra e fala à toa

 

Por isso, prezado cupido:

 

Treine melhor a sua pontaria

Tá aparecendo cada porcaria!

Elas vêm de mansinho como querendo nada

E tenho que perder tempo consertando a parada

 

E não adianta fazer esta cara de abatido

Na próxima mocreia, estarás demitido

Este arco e flecha seu

Fuma um baseado, bebeu...

 

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 21/08/2022
Reeditado em 22/08/2022
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